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  • O que é Design?

    O que é Design?

    O que é Design?

    A palavra design está na moda. Talvez graças a popularização dos produtos Apple, famosos por seu design, ou pelo simples costume de querer criar termos mais bonitos usando palavras “importadas”. Com o passar dos anos, muitas e muitas palavras foram aportuguesadas, mesmo já possuindo uma tradução ideal, como no caso de customizar (de custom) ao invés de personalizar  ou randômico (de random), que o correto seria aleatório. Mas já quanto ao termo design, é diferente. Não foi aportuguesado, mas tornou-se sinônimo de algo que é tão indefinido que parece ser usado como uma forma de expressão artística, para definir qualquer tipo de profissão que deseja ser pronunciado mais “bonito”.

    Esse questionamento veio a mim quando um colega de trabalho me mostrou uma espécie de empresa de uma faculdade, mais especificamente da Faal, essa empresa denomina-se Coma (não sei se é por causa do verbo ou para ser mórbido mesmo), mas quase fiquei em coma ao ler o que havia escrito dentro de sua página inicial no Facebook:

    “Seu objetivo principal é desenvolver projetos de design com máximo de eficiência.”

    Talvez para a maioria a frase acima faça sentido. Todavia, quem tem o mínimo conhecimento de design notará um erro sério. Isso pois Design quer dizer projeto, design é projetar, realizar, organizar, planejar. Projetos de design é na verdade uma redudância: Projeto de Projeto.

    O problema é que se a Coma, que é uma empresa que afirma trabalhar com design, não sabe o significado real dessa palavra, como esperar que pessoas leigas a compreenda e a use corretamente? Não é incomum encontrar pessoas como cabelereiros ou manicures que usam termos como hair design, designer de unhas, até mesmo designer de bolos.

    Ficou claro o que não é design, mas o que é design?

    Design é projeto, por tradução e definição. Quando afirmam por exemplo que a Apple não é uma empresa de tecnologia, mas de design, é uma contradição. A Apple é uma empresa de tecnologia que prima pelo o design, ou seja, que prioriza todas as etapas do projeto. Um dos maiores designers do mundo foi Steve Wozniak, o Woz, por saber organizar corretamente uma placa de circuitos impressos com os componentes estão organizados de forma que tudo funcione bem e ainda sim compacta. A beleza dessa placa é o resultado de um bom design, ou seja, de um bom projeto.

    apple-1-placa-circuito

    Fazer o design de algo, é fazer o projeto de algo, se preocupar com suas funções acima de tudo e isso envolve como funciona e como esse artefato está organizado.

    Alguns podem afirmar que esse não é o trabalho de um designer, mas de um engenheiro. A importância do engenheiro é fazer funcionar e cuidar da segurança e resistência de um determinado projeto. O Designer de verdade é muito semelhante ao arquiteto, ele precisa conhecer cada etapa de desenvolvimento do artefato que ele está projetando. Se é um designer de produtos, precisa entender de materiais, se um designer de impressos, precisa entender de impressão, tinta e papel. Já se é um web designer, precisa entender de linguagens de programação e marcação. Se for designer de moda, precisa aprender a costurar e conhecer os tecidos.

    Essa definição deixa clara que um designer é um projetista, sempre atento aos detalhes de confecção de seu artefato final. Então podemos compreender que se algo não é projetável, então não pode ser feito por um designer. Um designer de unhas desenvolve a unha? Ou ele somente pinta a unha de forma mais artística? Se pensarmos corretamente, um hair designer teria que ser um “peruqueiro”.

    Design é Arte?

    Não. Design não é arte. Dessa forma, ilustração, pintura, desenho e fotografia não é design, mas arte. A diferença principal é o fato de que o design é objetivo, ele possui uma finalidade. Já a arte pode e, geralmente, é subjetiva, não precisa ter um objetivo ou uma causa. Como usar a ilustração, a pintura ou o desenho ou a fotografia, de forma a comunicar uma ideia, produto ou empresa é que é realmente design.

    Por tanto,  não há hair designers ou designers de unhas ou designers de bolo, ou parecidos. simplesmente porque essas coisas não existem. E se você sabe mexer no Photoshop ou no CorelDRAW, isso não te faz um designer gráfico. Se você faz layouts para blogs, mas não tem a ideia de como montá-los, você também não é um web designer. Designer é aquele que projeta, design é o projeto em si e o artefato, seu resultado. A estética é só uma das virtudes que compõe o bom design e o belo é o seu resultado.

    Um designer de uma área compreende o valor do design de outra, se um designer de moda não consegue ver a beleza em uma placa de circuito impressos e um web designer não consegue ver a beleza em uma caneta. Se um designer não consegue reconhecer a beleza do design de outra especialidade, então precisa rever os conceitos.

  • O Que Define o Sucesso?

    O Que Define o Sucesso?

    Por definição, sucesso é o momento em que se chega a um objetivo que anteriormente planejou alcançar. Esse objetivo pode ser definido através da visão da empresa.  Porém, do ponto de vista ético, podemos definir o sucesso como o objetivo alcançado de forma a trazer benefícios para a sociedade. Apesar de citar marcas, este artigo não tem por objetivo apoiar, defender ou descriminar nenhuma empresa. Trata-se apenas de opinião e observação de fatos.

    Milhões de pessoas correm atrás do sucesso. Seja um sucesso pessoal ou profissional, seja em um projeto ou em uma carreira. Mas o que define o que é sucesso ou não? Como podemos definir se tivemos sucesso em algo ou se ainda estamos crescendo?

    Por definição, sucesso é o momento em que se chega a um objetivo que anteriormente planejou alcançar. Esse objetivo, corporativamente falando, pode ser definido através da visão da empresa.  Porém, do ponto de vista mais ético, podemos definir o sucesso como o objetivo alcançado de forma a melhorar ou trazer, de alguma forma, um benefício para a sociedade. Quando eu crio essa definição ética, não me refiro diretamente a valores relacionados a sustentabilidade. Mas com a questão de desenvolver produtos ou serviços de qualidade que façam  bem para o consumidor, através de soluções eficientes e que não usem de artifícios apelativos para incentivar a compra.

    Sucesso é igual a dinheiro?

    Empresas muito ricas não necessariamente são um sucesso, pois, muitas vezes, não desenvolvem produtos de qualidade ou que favoreça o consumidor de alguma forma. Como exemplo, irei citar algo que não tem a ver com tecnologia, mas que é incrivelmente conhecido e relatado como caso de sucesso: o McDonalds.

    Com mais de 33 mil lojas, o McDonalds é sem dúvida uma rede de lanchonetes extremamente valorizada. Não há como contestar que o McDonalds atinge sempre os seus objetivos financeiros, aumentando frequentemente a sua receita líquida. Com pratos saborosos que vão desde sanduíches a sorvetes, a empresa do palhaço atrai um público infanto-juvenil e trabalhadores interessados em comida rápida. Apesar do alto custo de seus produtos, tem gente que come em uma das franquias todos os dias.

    Porém, como é mostrado no documentário Super Size Me – A Dieta do Palhaço (SPURLOCK, 2004), os produtos oferecidos pelo o McDonaldsnão trazem para a sociedade ou ao consumidor nenhum tipo de benefício além da agilidade (apesar das longas filas) para a entrega dos alimentos. Não são comidas saudáveis e muitos nem mesmo devem considerar como uma comida saborosa, mas todos concordam que é uma comida viciante. Além disso, produz propagandas que induzem crianças, através do McLanche Feliz, a consumirem produtos que são prejudiciais a saúde, por conta disso, a empresa foi obrigada a oferecer uma fruta em meio ao lanche (no caso, a maçã) e ainda promove essa obrigação como se fosse uma escolha criada para promover a boa alimentação das crianças.

    Cena de SuperSize Me

    Talvez possa ser cogitado a necessidade da existência de empresas que oferecem serviços rápidos (como gráficas rápidas, fast-foods, dentre outros). Mas o simples fato de ser fast-food não significa que o alimento precisa ser prejudicial para a saúde. Diversas outras redes, como a Subway, produzem alternativas mais sadias e com atendimento mais rápido do que o próprio McDonalds. Esse exemplo pode ser visto também na rede Giraffas, que apresenta alimentos rápidos, sadios, saborosos, frescos e bem produzidos.

    Empresas como Giraffas e Subway não possuem uma quantia de franquias ou quantidade de dinheiro tão esmagador quanto o McDonalds,e nem valem tanto no mercado. Mas, eticamente, apresentam produtos que fazem bem a seus consumidores, que favorecem a sociedade de alguma forma. No entanto, não estou defendendo essas empresas. Muitos executivos acabaram por começar a criar campanhas semelhantes ao McDonalds. O Giraffas já produziu algumas campanhas orientadas a atrair crianças, apesar de apresentar um prato completo especial e não somente hamburguers.

    Estamos falando de tecnologia ou comida?

    Sei que os exemplos apresentados acima são sobre a indústria de alimentos, mas se aplicam naturalmente a indústria de tecnologia. Muitas empresas aproveitam-se da ignorância do cliente em relação aos avanços tecnológicos e criam contratos ou produtos que acabam por prejudicar o contratante de alguma forma. Vou citar alguns exemplos:

    Uma empresa que não existe mais, no qual eu tive convívio por algum tempo, comprava notebooks mais baratos e simples na rede Extra de supermercados e revendia para clientes pelo o dobro do preço, afirmando que era um equipamento de última geração. Ou seja, se aproveitava da ignorância do cliente, mas ganhava muito dinheiro com isso. Esse caso é um sucesso?

    Na área de web, eu conhecia uma empresa que fazia duas coisas erradas: primeiramente dizia-se treinada pelos profissionais do Google e exibia um selo de Google Certified. Mas na verdade, simplesmente um dos profissionais dessa empresa foi treinado por uma pessoa que tinha Google Certified. Ou seja, aumentava bastante, mentia para os consumidores a respeito de suas especializações. E não era só! A empresa ainda oferecia o serviço de SEO e colocava no contrato que TODO crescimento do site relativo a visitação ou ao Google, seria aceitado como feito pela a contratada. Ou seja, se a contratante fizesse uma promoção e aumentasse a visitação, a contratada ganharia mais sem fazer absolutamente nada. Isso parece justo??? E ainda pior! Se o contrato fosse rompido, a empresa tirava o site do ar por 7 dias (afirmando que era comum disso acontecer tecnologicamente), tirava tudo de SEO do site e ainda colocava códigos blackhats ou coisas que atrapalhassem a visita, para que diminuisse ou se possível sumisse o site do Google.

    “Mas o Cliente é que foi Besta”!

    O cliente não tem obrigação de conhecer tudo sobre a área da empresa que se está contratando. Afinal, esse é o motivo da contratação. Em essência, toda a empresa precisa ser ética e apresentar soluções eficientes e verdadeiras. Da mesma forma que temos que confiar em um médico, precisamos confiar em quem contratamos. Pagamos por essa confiança. Pagamos pela capacidade e conhecimento. Pagamos pela ética.

    O problema é que a realidade é mais complicada do que se imagina. Na vida real, uma empresa anti-ética pode sim ganhar mais dinheiro e notoriedade do que uma empresa idônea. Não adianta ter pensamentos utópicos e acreditar que somente as que usam de valores morais é que ganharão mais dinheiro. Devemos é preparar a nova escola de empreendedores a trabalhar com o pensamento focado na melhoria da sociedade como um todo.

    Definindo o Sucesso

    Podemos definir que o McDonalds não é uma empresa de sucesso? Eticamente, não. O Subway é uma empresa de sucesso? Ética, e aparentemente, sim.

    Uma empresa de tecnologia de sucesso é aquela que apresenta soluções funcionais e que trabalhe com transparência, fazendo o possível para inovar e facilitar a vida do cliente. Sucesso não é simplesmente ganhar dinheiro e faturar. Dinheiro deve ser a consequência de um trabalho bem feito e não o objetivo desse trabalho.

    Caso vocês tenham uma ideia diferente de sucesso, ou queiram citar algum exemplo, deixem um comentário. Reflitam a respeito, se a sua empresa, ou você está em busca daquele sucesso ético ou se o seu objetivo de vida é simplesmente ganhar dinheiro. Apesar de que a definição de certo e errado possa ser extremamente pessoal, possuímos valores sociais que definem se o que estamos fazendo é correto.

    O que você prefere? Ser uma empresa (ou pessoa) de sucesso? Ou ser uma empresa (ou pessoa) extremamente rica e famosa?