Autor: Rodrigo Portillo

  • O que é Design?

    O que é Design?

    O que é Design?

    A palavra design está na moda. Talvez graças a popularização dos produtos Apple, famosos por seu design, ou pelo simples costume de querer criar termos mais bonitos usando palavras “importadas”. Com o passar dos anos, muitas e muitas palavras foram aportuguesadas, mesmo já possuindo uma tradução ideal, como no caso de customizar (de custom) ao invés de personalizar  ou randômico (de random), que o correto seria aleatório. Mas já quanto ao termo design, é diferente. Não foi aportuguesado, mas tornou-se sinônimo de algo que é tão indefinido que parece ser usado como uma forma de expressão artística, para definir qualquer tipo de profissão que deseja ser pronunciado mais “bonito”.

    Esse questionamento veio a mim quando um colega de trabalho me mostrou uma espécie de empresa de uma faculdade, mais especificamente da Faal, essa empresa denomina-se Coma (não sei se é por causa do verbo ou para ser mórbido mesmo), mas quase fiquei em coma ao ler o que havia escrito dentro de sua página inicial no Facebook:

    “Seu objetivo principal é desenvolver projetos de design com máximo de eficiência.”

    Talvez para a maioria a frase acima faça sentido. Todavia, quem tem o mínimo conhecimento de design notará um erro sério. Isso pois Design quer dizer projeto, design é projetar, realizar, organizar, planejar. Projetos de design é na verdade uma redudância: Projeto de Projeto.

    O problema é que se a Coma, que é uma empresa que afirma trabalhar com design, não sabe o significado real dessa palavra, como esperar que pessoas leigas a compreenda e a use corretamente? Não é incomum encontrar pessoas como cabelereiros ou manicures que usam termos como hair design, designer de unhas, até mesmo designer de bolos.

    Ficou claro o que não é design, mas o que é design?

    Design é projeto, por tradução e definição. Quando afirmam por exemplo que a Apple não é uma empresa de tecnologia, mas de design, é uma contradição. A Apple é uma empresa de tecnologia que prima pelo o design, ou seja, que prioriza todas as etapas do projeto. Um dos maiores designers do mundo foi Steve Wozniak, o Woz, por saber organizar corretamente uma placa de circuitos impressos com os componentes estão organizados de forma que tudo funcione bem e ainda sim compacta. A beleza dessa placa é o resultado de um bom design, ou seja, de um bom projeto.

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    Fazer o design de algo, é fazer o projeto de algo, se preocupar com suas funções acima de tudo e isso envolve como funciona e como esse artefato está organizado.

    Alguns podem afirmar que esse não é o trabalho de um designer, mas de um engenheiro. A importância do engenheiro é fazer funcionar e cuidar da segurança e resistência de um determinado projeto. O Designer de verdade é muito semelhante ao arquiteto, ele precisa conhecer cada etapa de desenvolvimento do artefato que ele está projetando. Se é um designer de produtos, precisa entender de materiais, se um designer de impressos, precisa entender de impressão, tinta e papel. Já se é um web designer, precisa entender de linguagens de programação e marcação. Se for designer de moda, precisa aprender a costurar e conhecer os tecidos.

    Essa definição deixa clara que um designer é um projetista, sempre atento aos detalhes de confecção de seu artefato final. Então podemos compreender que se algo não é projetável, então não pode ser feito por um designer. Um designer de unhas desenvolve a unha? Ou ele somente pinta a unha de forma mais artística? Se pensarmos corretamente, um hair designer teria que ser um “peruqueiro”.

    Design é Arte?

    Não. Design não é arte. Dessa forma, ilustração, pintura, desenho e fotografia não é design, mas arte. A diferença principal é o fato de que o design é objetivo, ele possui uma finalidade. Já a arte pode e, geralmente, é subjetiva, não precisa ter um objetivo ou uma causa. Como usar a ilustração, a pintura ou o desenho ou a fotografia, de forma a comunicar uma ideia, produto ou empresa é que é realmente design.

    Por tanto,  não há hair designers ou designers de unhas ou designers de bolo, ou parecidos. simplesmente porque essas coisas não existem. E se você sabe mexer no Photoshop ou no CorelDRAW, isso não te faz um designer gráfico. Se você faz layouts para blogs, mas não tem a ideia de como montá-los, você também não é um web designer. Designer é aquele que projeta, design é o projeto em si e o artefato, seu resultado. A estética é só uma das virtudes que compõe o bom design e o belo é o seu resultado.

    Um designer de uma área compreende o valor do design de outra, se um designer de moda não consegue ver a beleza em uma placa de circuito impressos e um web designer não consegue ver a beleza em uma caneta. Se um designer não consegue reconhecer a beleza do design de outra especialidade, então precisa rever os conceitos.

  • Quanto Custa Ser Programador?

    Quanto Custa Ser Programador?

    Obs. Este artigo foi originalmente escrito no começo de 2014. Foi atualizado recentemente para a realidade de 2017.

    Programador é o profissional responsável por resolver, replicar ou adequar soluções de software a fim de que um computador ou equipamento eletrônico com micro-controladores, execute uma tarefa.

    O principal custo do programador é, sem dúvida, em educação. Porém, ainda sim, é bem variável, pois baseia-se nas tecnologias que este deseja se especializar.

    O lado positivo é que muitas ferramentas para programadores são gratuitas, como o Brackets, Notepad++, assim como muitas linguagens, como o PHP, Java, C e outras.

    Educação

    Desenvolvedores precisam investir muito, muito mesmo, em livros e livros de tecnologia não são nada baratos. Dificilmente é possível encontrar um livro intermediário por menos de 200 reais 250 reais.

    Livros de Programação em Livraria

    Faculdades são um problema à parte. Apesar de várias faculdades de tecnologia aparecerem no país, a maioria focada em desenvolvimento não estão preparadas para preparar um aluno ao mercado de trabalho. Na própria faculdade, muitas vezes, possuem definições distorcidas de lógica e metodologias que não se adequam àqueles que já possuem intimidade com o computador, além de simplesmente ignorar assuntos como história e sociedade. Isso obriga a, mesmo os formados, procurarem especializações mais específicas para suas áreas, o que não é um negócio muito barato. Como é muito comum professores darem preferência a uma linguagem específica ao invés da lógica como um todo, muitos alunos, para conhecerem outras tecnologias, alternativas e métodos, precisam investir em cursos de especialização.

    Boas faculdades particulares de tecnologia tem seu custo médio variável entre 300 a 1500 reais 750 a 2000 reais por mês. Sendo que cursos de especialização ou específicos, tem seu custo em média de 900 a 3 mil reais por curso, podendo ter alguns mais baratos se vinculados a cursos de extensão de faculdades (principalmente as públicas). Algumas palestras e workshops, com pessoas importantes na área, podem também chegar ao valor equivalente a um curso.

    Certificação

    A certificação é uma prova, muitas vezes mais importante do que um diploma, de que o desenvolvedor tem domínio em uma determinada área ou ferramenta. Geralmente atrelado a uma tecnologia/linguagem específica, a certificação é bem aceita no mercado de trabalho e envolve testes realmente difíceis para passar. As certificações podem variar de 800 a 30 mil reais 1500 a 40 mil reais, dependendo da área escolhida e se esta virá ou não acompanhada de um curso. Geralmente, quando se falha na prova, é necessário pagar novamente para uma segunda tentativa.

    Máquina

    A potência da máquina do programador varia da linguagem em que ele desenvolve e o objetivo de sua aplicação. Se ele optar por se especializar em PHP ou ASP, certamente ele não precisará de um computador que seja tão rápido. Entretanto, se ele trabalhar com Java, por exemplo, ele precisará ter um computador com pelo menos 4GB 8GB de RAM (pois é… Java tá pesado). Já aqueles que trabalham com desenvolvimento de jogos ou de aplicativos pesados que exijam opções gráficas, simulação ou alta precisão, precisarão de um computador realmente caro, na faixa dos 8 a 15 mil reais 10 a 21 mil, que possui uma configuração mais robusta. Se ele trabalhar com servidores, além de ter que ter mais de um, ele gastará uma quantia considerável para estudos e testes destes.

    Comunicação

    Grande parte de soluções e pesquisas podem ser encontradas na internet. O que exige que o programador tenha uma conexão realmente rápida. Hoje em dia, um profissional de TI precisa de uma conexão de pelo menos 20Mbps, o que gera um custo bem maior em comparação a quem tem uma internet comum em casa, e isso pode variar de região do país. Os que trabalham com gerenciamento de servidores a distância gastam muito mais, pois precisam de uma conexão ainda mais rápida para configurar e operar os mesmos sem perda de tempo ou informação. Ligações constantes para dar assistência a programadores e operadores também é comum, o que faz ter um alto custo com telefonia celular e fixa.

    É difícil prever os custos exatos para comunicação. Os preços mudam muito de uma região do país para outras. Até mesmo de bairro para bairro o preço e velocidade máxima de conexão é absurdamente diferente.

    Eventos

    Como todo o profissional, o programador precisa estar atualizado com as últimas novidades de sua área. Precisa participar de eventos e promover encontros com outros desenvolvedores para criar melhores ações e estratégias para resolver seus problemas.

    Porém eventos custam dinheiro principalmente para quem não mora no eixo sul do país, onde estão concentrados a maioria dos encontros. O problema é que, muitas vezes, não são as empresas que enviam os funcionários. Os programadores precisam pedir licença e custear do próprio bolso.

    Na melhor das hipóteses, o custo para uma viagem não é menor que 2 mil reais (caso você seja alguém bem econômico e não se importe em dormir em albergues ou Airbnb), se for para uma cidade próxima. Caso seja internacional, prepare-se para um custo na faixa dos 12 mil reais.

    Imagem de datashow falando sobre programação, da Adobe

    E quanto ganha um programador?

    Isso varia muito, de acordo com a região do país e de empresa para empresa. A média é que um desenvolvedor ganhe entre 3 mil e 30 mil reais, dependendo de sua função, para mais. Estudantes e programadores Jr, ganham em média de 1500 a 2500 reais (isso não mudou muito de 2013 pra cá).

    O problema é que as empresas não estão dispostas a pagar corretamente por seus programadores ou ainda dão condições de trabalho que não correspondem com a área, como computadores ruins ou obrigatoriedade de uniformes e falta de flexibilidade no horário.

    Por outro lado, alguns profissionais trabalham como autônomos dando consultorias para empresas. Entretanto, esses profissionais precisam ter uma certa “fama” em seu seguimento. Alguns cobram até 60 mil reais por consultoria de 15 dias. Mas isso não quer dizer que são bons. Muitos programadores famosos são péssimos profissionais, mas vivem de sua fama, cobrando valores absurdos e apresentando soluções não eficientes (ou nenhuma) e mal se entrosam no projeto. Porém essa é uma questão mais ética.

    Concluindo

    O Programador, ao contrário do que possa parecer, não é um profissional de glória. Diferente do que fez parecer, a partir dos anos 90, raramente pessoas de talento e estudo conseguem receber um valor justo por seu trabalho. Geralmente, os “mestres de cerimônia”, que só tem fama e fazem parecer trabalhar, acabam sendo mais valorizados por causa de seu carisma.

    Programador de verdade está sempre trabalhando, sempre estudando, sempre se esforçando. Sempre interessado em evoluir e melhorar os seus projetos. Para um programador legítimo, um projeto quase nunca está perfeito. Mas é sempre incrivelmente gratificante depois de passar horas tentando fazer algo complicado, finalmente conseguir. É uma sensação extasiante e inexplicável.

  • Qual o Melhor Computador para Design e Desenvolvimento?

    Qual o Melhor Computador para Design e Desenvolvimento?

    Assim como um pintor conhece sua tela e pincéis e um pedreiro conhece sua espátula e ferramentas, todo o profissional de TI precisa conhecer seu computador, e isso inclui o designer. Todo profissional precisa conhecer sua ferramenta.

    Por muitas vezes, perguntei a alguns amigos designers qual era a configuração da máquina em que eles trabalhavam. Alguns me respondiam “Windows 7”, outros me respondiam, “ah é um Mac”. Mas, na realidade, o que eu queria saber era quanto de RAM, quanto de HD, qual o processador, placa de vídeo e, para minha surpresa, sempre me deparava com um “o quê?”, “como é?”, “sou designer. Não tem nada a ver eu saber disso”. Isso é decepcionante.

    As vezes é necessário criar grandes formatos ou editar vídeos, talvez um pouco de 3D, então precisa de um computador que possa dar suporte as suas necessidades. Mas como saber se o que precisa é de mais RAM ou mais processamento? Ou se na verdade você simplesmente já tinha tudo certo, mas nem sabia que existiam Sistemas Operacionais 64 bits? Aliás, nem sequer sabia o que era 64 bits?

    Existem muitos designers que enchem um site de estruturas complexas e somente camadas de PNG, ou gigantescas manobras de canvas, para poder montar algo vistoso. O designer necessita se preocupar com a tecnologia que o seu usuário usa e qual a configuração média do dispositivo, de acordo com a proposta do aplicativo, site ou artefato. Essa é outra razão para compreender como funciona computadores e dispositivos móveis.

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    Devo comprar um laptop ou um desktop

    Laptops são computadores portáteis, conhecidos no Brasil como notebooks. Já os Desktops são computadores de mesa. A vantagem do primeiro é a mobilidade, porém, essa mobilidade tem um custo mais elevado, que pode ser refletido tanto em preço, quanto em performance. Independente do que você precisar comprar, fique atento as questões abaixo para que você possa escolher melhor a sua máquina. Para tanto, vamos listar por componentes mais comuns.

    Processadores

    O processador, ou a CPU (Unidade Central de Processamento), é o elemento que mais gera dúvidas a respeito de performance. Para quem trabalha com vídeos ou edição de som, o processador é fundamental para garantir uma renderização mais rápida. Já para quem trabalha com imagens estáticas, como o Photoshop ou Illustrator, ele vai acelerar o tempo de adição de efeitos e filtros. Para quem trabalha com web e desenvolvimento, a performance do processador é mais importante para virtualização, seja para dispositivos móveis ou máquinas virtuais.

    Basicamente, há duas empresas quando o assunto é processadores: Intel e AMD. Com isso, vale a atenção a algumas características que podem enganar o consumidor mais desatento: As marcas i3, i5 e i7 são nomenclaturas puramente comerciais. A grande maioria dos laptops i7, por exemplo, são da linha U, que correspondem a um menor custo de energia, porém com uma performance inferior. A linha i7 XXX U, da Intel, por exemplo, apresenta menor clock e menor quantidade de núcleos, sendo comparado a um i3 para Desktops ou a um i5 da linha HQ, para laptops. Por isso, antes de se pensar em nomes comerciais, é necessário ficar atento a algumas características, como:

    Clock → Digamos que seja a velocidade do processador. Ele é determinado a partir de métrica de frequência. Um processador mínimo, para quem trabalha com programas gráficos, é de 2,6GHz. Esse clock deve ser mais poderoso, caso o objetivo seja trabalhar com renderização de vídeo e 3D, onde é aconselhado pelo menos 3,2GHz. A tendência é que quantos mais GHz, mais rápido será a renderização.

    Núcleos (Core) → Esse é um assunto polêmico. A necessidade de uma quantidade maior ou menor de núcleos depende da disponibilidade do aplicativo de usar ou não esses núcleos. Uma quantidade maior de núcleos significa que o processamento será dividido e executado simultaneamente entre eles, aumentando, por consequência, a performance. Os núcleos podem ser físicos ou lógicos (geralmente representado como Número de Threads). A diferença é que o núcleo físico realmente o número de núcleos no processador, enquanto o virtual emula núcleos dentro da CPU, com o objetivo de dividir as tarefas. Os núcleos físicos possuem performance superior, porém, mesmo processadores com 4 ou mais núcleos, tendem a possuir núcleos virtuais para somatizar a performance. Muitos núcleos são recomendados para quem trabalha com bastante 3D ou precise trabalhar com máquinas virtuais. Vale lembrar que a quantidade de vários núcleos significa que o computador irá dividir mais processos simultaneamente, ficando assim mais rápido, caso o programa usado dê esse suporte. A grande maioria dos programas profissionais modernos (programas da Adobe, AutoDesk, alguns compiladores, etc.) usam bem as várias threads do processador.

    Cache → A memória cache representa o tamanho da informação que o processador poderá processar por vez. Quanto mais memória cache, mais tarefas o processador poderá executar em um curto espaço de tempo e, por consequência, maior performance. Muitos consideram a memória cache mais importante do que o Clock. É importante salientar que a quantidade de memória varia de núcleo para núcleo. Desse modo, segue a mesma lógica do clock, quanto mais você tiver, melhor vai ser sua performance para renderização. No entanto, atenção, a Intel mostra o cache POR NÚCLEO, enquanto a AMD tem o costume de mostrar a SOMA do cache. Então fique atento e observe sempre, nas configurações, o cache por núcleo. A partir de 4MB de cache L3 é interessante para quem trabalha com impressos, web e aplicativos. Para quem trabalha intensamente com vídeo e 3D, 8MB, ou mais, de cache L3 é mais recomendado.

    O site CPU BOSS vai ajudar você a ter uma ideia de comparação na hora de escolher um processador.

    Memória RAM

    Até o começo dos anos 2000, muita memória RAM era sinônimo de altíssima performance. Isso porque a memória RAM, ou Memória de Acesso Aleatório, é responsável por guardar as informações que estão sendo executadas naquele momento. Em resumo, quanto mais memória RAM, mais programas abertos e mais pesados podem ficar abertos simultaneamente. O fato é que, hoje, os aplicativos são mais otimizados para consumir menos memória. Porém, para quem trabalha com projetos muito pesados, como revistas, livros e grandes formatos, uma quantidade razoável de memória RAM é muito importante. Já para quem trabalha com web, nem tanto. Já para virtualização, memória RAM é muito importante para dividir entre as máquinas virtuais. 8GB é o mínimo para quem trabalha com revistas e livros. Já para quem trabalha com web, 6GB é suficiente. Virtualização e vídeo, a partir de 16GB.

    Placa de Vídeo

    Nem todo computador tem uma placa de vídeo, mas todo ele tem um chipset ou um processador de vídeo. Hoje, existem duas opções no mercado: APU e GPU.

    A APU é um tipo de processamento de vídeo que é compartilhado com o processador. Praticamente todos os processadores hoje possuem um processamento de vídeo incorporado. Mas esse vídeo incorporado não possui tanta performance quanto um processador de vídeo dedicado e também precisa usar parte da memória RAM.

    Já a GPU é um processador dedicado de vídeo. As principais fabricantes são a nVIDIA e a AMD/Radeon. Por possuir um processamento próprio de vídeo e memória dedica, possui uma performance muito superior. Por isso elas são mais caras e exigem também mais energia e esquentam mais, o que pode ser algo que pese na opinião de alguém que queira comprar um computador, já que a fan (ventoinha) pode fazer muito barulho na hora que requer alto processaemnto.

    Quem trabalha apenas com impressos, publicações e elementos institucionais, ou com desenvolvimento e web, não tem a necessidade de uma GPU. Uma APU o atenderá sem problemas. Porém para usar recursos mais avançados do Photoshop, como o 3D, uma GPU simples, dedicada, será o suficiente. Agora, se o intuito é trabalhar com 3D ou vídeo, então uma GPU mais parruda se faz necessário. Vale lembrar que é importante ver se o software que você usa, para edição de vídeo, usa mais a GPU ou a CPU para renderização. Esse último detalhe pode ser fundamental para uma escolha ideal.

    Apesar do que pode parecer, a memória dedicada da GPU não é o ponto mais importante no que diz respeito a qualidade. Também a questão de núcleos não é tão importante assim, visto que processadores gráficos possuem uma quantidade absurda de núcleos em comparação a CPUs. A arquitetura da GPU quanto ao seu clock e a sua quantidade de memória é algo fundamental para analisar. Por exemplo, a GPU Geforce 930M (para laptops), da nVidia, é suficiente para quem quer trabalhar com impressos, web e vídeos esporádicos. Já a GTX 780, também da nVidia, apesar de mais antiga, é melhor, porém apenas para desktops. No caso da nVidia, o que difere a qualidade está mais relacionada aos seus dois últimos dígitos, sendo que o primeiro especifica o quão recente é a arquitetura. Pessoas que trabalham com 3D de forma mais assídua, e as que usam a GPU para renderizar vídeos, precisam de GPUs mais potentes. Alguns podem juntar várias GPUs em uma única, somando o processamento (mas não a memória dedicada) e deixando a renderização mais rápida.

    Usuários do Ubuntu, cuidado ao comprar uma placa de vídeo Radeon. Muitas não receberão mais atualizações para o sistema operacional, ficando inutilizável o OpenGL nas distribuições mais recentes. Fique atento ao modelo que for adquirir.

    Para verificar e comparar GPUs, o site GPU BOSS vai te ajudar a escolher qual a melhor.

    Displays e Monitores

    Um assunto deveras delicado, mas bem simples. Designers precisam sempre de qualidade de resolução e brilho, além de fidelidade de cores. O foco é sempre na relação de taxa de atualização x polegadas x resolução x tecnologia. O ideal ainda é uma tela IPS ou OLED. A resolução FULLHD deve ser usada no máximo em um monitor de 21.5 polegadas, para não ficar incômoda a densidade de pixels. Recomenda-se uma resolução maior também para manter uma boa área de utilização em relação as ferramentas. Qualquer coisa maior que 21.5 polegadas deverá ser 2K ou 4K, para manter uma boa qualidade de imagem. Já no que diz respeito a frequência, praticamente todos os monitores hoje apresentam boa frequência, porém para quem trabalha com vídeos, pode tentar conseguir um monitor na faixa dos 100hz. Mas cuidado, fuja totalmente das telas TFTs.

    HDD e SSD

    Espaço de armazenamento nunca é demais, mas as vezes velocidade é mais necessário. Os HDs eletromecânicos (HDD) possuem a vantagem de serem mais baratos e, graças a tecnologia SMART, saber quando vão dar problemas e o usuário pode tomar uma previdência quanto a um backup. Além disso, por ser mais barato, a quantidade de espaço disponível é muito maior a um preço menor. O problema é que por serem mecânicos são mais lentos. O mais rápido que é possível encontrar no mercado é o de 7200RPM.

    Já o SSD, é extramamente rápido, por não possuir componentes mecânicos, o tempo de abertura de um arquivo ou programa é até 90% mais rápido do que em HDD. Porém, no caso de queimarem ou ter um problema sério, eles simplesmente irão parar de funcionar. Não há uma forma prática de diagnosticar que o SSD vai dar problemas. O custo também é muito alto. SSDs podem chegar a preços até 10x mais caro que um HD de mesma quantidade de memória. Vale salientar que a velocidade do SSD varia entre marcas e modelos, mas sempre é mais rápido que os HDDs comuns.

    Periféricos

    Mouses e teclados são detalhes pouco discutidos, mas são importantes. Para começar, quem trabalha muito com programação, ou digita muito, pode preferir um teclado mecânico. Porém teclados mecânicos são bem mais caros que o convencionais e fazem mais barulho, em contra partida possuem resposta muito mais rápida e eficiênte, o pressionar é mais confiável. Já no que diz respeito a mouses e touchpads, isso é uma questão realmente de adaptação, você precisa experimentar qual é o mais ideal para a sua mão. Procure mouses com DPIs mais altos, pois possuem maior precisão. No que diz respeito as Pen Tablets (erroneamente chamado de Mesa Digitalizadora), pouquíssimas pessoas realmente precisam deles e vão utilizar. A maioria das pessoas que as tem, compram por questão de status ou de uma ideia errada da atualização. O uso das PenTablets é maior para pessoas que realmente trabalham com ilustração matricial ou que precisem retocar imagens com frequência.

    Obs. este artigo é de 2015. Então fiquem de olho nas atualizações dos hardwares.

    laptops de diversos modelos

    Desktop de diversos modelos

    Por fim, desktop ou laptop

    Laptops costumam ser mais caros e ter uma performance inferior aos desktops de preços equivalentes. Além disso, você está à mercê das opções disponíveis no mercado, não vai ter a liberdade para montar uma máquina que julgar ideal. Mas os laptops possuem a vantagem da mobilidade e de ocupar um menor espaço físico, pode-se trabalhar em qualquer local e se deslocar a escritórios diferentes. Muitas pessoas preferem usar laptops com monitores separados, quando em estações de trabalho. Quando comprar um laptop deve-se ficar muito atento ao processador e a GPU, que, na maioria das vezes, possuem baixa qualidade para poder baratear os custos e melhorar a performance da bateria. Se comprar um laptop, opte primeiro por adquirir nas lojas oficiais, físicas ou online, salvo promoções pontuais, na loja da marca costuma ser mais barato e ter melhores condições.

    Desktops possuem a vantagem de serem flexíveis, mais baratos e ter melhor performance. Porém exige muito espaço físico e você não há boa mobilidade. Consomem mais energia e é necessário um pouco mais de experiência para montar um equipamento que realmente agrade. Na grande maioria das vezes, ainda é possível fazer atualizações, aumentando o tempo de vida útil do computador, adicionando com o tempo uma placa de vídeo melhor ou mais RAM, trocar o processador ou adicionar periféricos. Tudo de acordo com as necessidades que forem surgindo. O ideal é comprar as peças e montar, pois a maioria das empresas que entregam o PC pronto tendem a escolher componentes de mais baixa qualidade para diminuir os custos.

    Atenção: No momento em que receber o computador, seja ele um laptop, desktop ou até mesmo montado por você, faça todos os testes possíveis. Processamento, GPU, APU, etc. Use ferramentas de Benchmark de terceiros para isso. Não utilize as ferramentas da própria empresa da marca do computador que você comprou. Muitas vezes, elas não fazem os testes necessários para averiguar realmente todos os elementos do hardware.

    Conhecer a sua própria máquina é mais que um luxo, é uma obrigação. Entender qual a nova tecnologia que entrará no mercado, e se adaptar a elas, é importante para se manter em um mercado cheio de concorrência, algumas até desleiais. Não estou falando de entender o que é um transistor, ou de fazer um curso de montagem e manutenção em algum “cursinho” por aí, mas sim, de entender o porquê de você comprar um processador de 4 núcleos, entender a diferença de uma GTX 930 para uma GTX 970, saber porque está comprando 16GB de RAM e não somente 8GB. Só assim você terá como tirar o maior proveito possível de seu computador e não fazê-lo tornar somente um elefante branco.

  • Entendendo a Sefaz – NFe, CTe, NFSe e Outros

    Entendendo a Sefaz – NFe, CTe, NFSe e Outros

    Eu entendo que o título deste artigo vai parecer muito arrogante, pois é impossível entender a Sefaz, mas assim o título fica menor e é melhor para o SEO. O que vamos explorar aqui não é exatamente código, mas revisar conceitos e problemas mais comuns que programadores têm ao implementar um módulo fiscal em seu sistema. Este artigo é destinado para quem vai começar a implementação e facilitar o entendimento de para aqueles que simplesmente vão fazer manutenções em sistemas já existentes.

    Comecei a trabalhar com essa parte fiscal há mais ou menos 1,5 ano. Para quem já trabalhou com NFe, CTe e, mais recentemente, NFSe, deve saber que a Sefaz parece que faz de tudo para você cometer erros. O suporte é quase nulo e eles poderiam realmente fazer uma forma de facilitar a comunicação e dar melhores retornos. Mas a verdade é que parece que o governo usa multa como fonte de renda, então para quê facilitar que o empresário pague ao próprio governo, né?

    Supostamente, a NFe / CTe foi criada para reduzir o esforço e facilitar a emissão de documentos fiscais. Não há duvidas de que o controle do governo para o pagamento desses impostos aumentou e a dificuldade para sonegar impostos é maior. Entretanto, a dificuldade para emissão da nota também aumentou. Atualmente as empresas são obrigadas a emitir NF e do antigo CTRC (na maioria dos estados) de forma eletrônica. Futuramente a Nota Fiscal de Serviço também será eletrônica.

    Obs. NFe = Nota Fiscal Eletrônica, NFSe = Nota Fiscal de Serviço Eletrônica, CTe = Conhecimento de Transporte Eletrônico. O leiaute 3.0 da NFe, referente ao Cupom Fiscal Eletrônico ainda não está em fases de testes e não explorarei neste artigo por não possuir ainda conhecimento necessário para descrever, no entanto, o 3.0 deverá seguir a mesma lógica.

    Contador usando computador e falando ao telefone, com camisa azul.

    Os Manuais da Sefaz

    Muitos podem dizer que todas as respostas estão nos manuais e basta lê-los (hahahaha!). Mas muitos programadores só precisam dar suporte a um sistema já implementado ou simplesmente não entendeu determinados processos descritos nos manuais.

    Primeiramente, devo lembrar que todos os manuais estão disponíveis através dos respectivos sites das fazendas:

    Já para as notas fiscais de serviço (NFSe) há um problema a parte. Apesar de existir um padrão para NFSe, cabe a cada município a responsabilidade de disponibilizar os servidores e padrões para os webservices das mesmas, dificultando e MUITO a vida do programador. Consulte o site da Sefaz de seu município para obter o link com o manual.

    Não somente os manuais são importantes como também as notas técnicas. As notas técnicas são mudanças que acontecem com certa frequência sobre os servidores da Sefaz e atualizações nas regras de validação e legislação. Infelizmente não tem como você receber atualizações em seu email. Então você deve estar sempre de olho nessas páginas e prestar atenção em fóruns relativos a Sefaz que concordem com a linguagem que você está trabalhando.

    Sem dúvida a parte mais importante do manual e o que deve ser seguido na maioria dos erros (os erros mais comuns são os de preenchimento), são as Tabelas de Leiaute.  Ela não é complicada, mas pode causar algumas confusões em profissionais menos experientes. Abaixo, listarei a importância e descrição de cada campo da tabela leiaute:

    exemplo-tabela-leioute-nfe

    • # : Código de referência único para cada linha da tabela de leiaute;
    • Campo : Descreve o nome da tag XML para aquele valor;
    • Ele : Indica o tipo do campo(A – atributo, E – Elemento, CE – Elemento que deriva de uma Escolha, G – Grupo, CG – Elemento de Grupo que deriva de uma Escolha, ID – ID da XML 1.0, RC – Restrição de Chave);
    • Pai : Referência da tag pai daquela linha, baseado no código único;
    • Tipo: Descreve o tipo básico do valor que deve ser passado para aquele campo (N = Número, C = Caractere, D = Data, xml = XML).
    • Ocor. (Ocorrência) : Mostra o número mínimo e máximo de vezes que a tag deve aparecer na XML. Exemplo: 0-1 quer dizer que ela não é obrigatória, mas só pode aparecer uma vez, 1-1 quer dizer que é obrigatória e aparecer somente uma vez, 1-3 quer dizer que ela é obrigatória, mas só precisa aparecer uma vez e pode aparecer até 3 vezes. Ou seja, o primeiro número corresponde a ocorrência mínima e o segundo número a ocorrência máxima;
    • Tam. (Tamanho) : Quantidade de caracteres que deve ter a tag. Pode ser referenciado através de número mínimo e máximo, como na ocorrência (ex: 1-4, entre um e quatro caracteres) ou através de apenas um número, especificando que deve ter aquela quantidade exata de caracteres.
    • Dec. (Decimais) : Em caso de número, descreve a quantidade de casas decimais obrigatórias daquele número;
    • Descrição / Obsevações : Explica alguma regra específica que deve ser aplicada àquele valor da XML

    Vale lembrar que nenhuma tag pode ficar vazia. Se a tag não for obrigatória, ela simplesmente não deve ser impressa na XML.

    Fique muito atento que as vezes, no banco, pode aparecer caracteres especiais (como tabulação) e deixar uma tag vazia, mesmo quando você fizer um < if (campo.valor == “” || campo.valor == null): break;>, para impedir que a tag não seja impressa.

    Os Webservices

    A Sefaz trabalha com Webservices XML. Há webservices específicos para homologação, produção e contingência (casos em que webservices principais estejam fora do ar). A maioria dos estados possuem os próprios webservices, outros usam os de outros estados.

    Você pode verificar os links nos sites da Sefaz Nacional do NFe e do CTe. Os links para os serviços das NFEs são disponibilizados por seus municípios.

    Quando você vai enviar uma XML de nota ou conhecimento para a Sefaz, você não envia somente a XML da nota, como também para verificar o status do serviço, consulta, cancelamento, etc. Essas XMLs possuem as informações necessárias para o servidor da Sefaz saber qual função o sistema deverá executar e os parâmetros necessários para uma resposta correta.

    Validação da XML e Schemas

    Schemas são arquivos XML que servem como base para validação de um outro XML. Os schemas descrevem as regras de validação baseadas, principalmente, em expressões regulares. Você deve passar pelo schema para validar a XML antes de ir enviar para a Sefaz. No entanto, quando a XML passar pelo webservice, ela passará pelo mesmo schema e dará uma resposta, porém essa resposta as vezes não vem completa e é necessário validar “no olho”.

    Para facilitar, você pode colar a XML da sua nota pelo validador da Sefaz Virtual do Rio Grande do Sul. Irá funcionar para qualquer estado.

    Obs. As vezes o validados do RS fica dando problema e não consegue validar. Basta recarregar a página que o problema tende a desaparecer.

    Você pode baixar os schemas diretamente no site da Sefaz. Para NFSe, você vai ter que consultar, novamente, a Sefaz do município.

    Comunicação

    Por padrão, a comunicação ao Sefaz é feita através do protocolo SOAP 2. Ao montar a comunicação você deverá passar a URL do webservice, o caminho do certificado digital, a senha do certificado, a url de status e as XMLs necessárias para executar a tarefa que deseja. Erros durante a comunicação são comuns, principalmente quando há algum problema com o certificado digital ou quando o webservice da Sefaz encontra-se fora do ar.

    Sempre verifique se o webservice o qual esteja tentando comunicação está no ar através dos sites da SEFAZ nacional no menu “Verificar Disponibilidade”.

    Obs. Lembre-se de sempre colocar ?WSDL no final das URLs dos webservices (sim, a Sefaz usa servidores Windows).

    Certificado Digital

    O certificado digital é um documento criptografado que possui a assinatura da empresa. O certificado serve para autenticar a XML enviada como sendo realmente pertencente a empresa emissora da nota. Toda XML deve ser assinada através do certificado digital.

    O certificado usado na Nota Fiscal Eletrônica e no Conhecimento de Transporte Eletrônico é o do tipo A1 e pode ser adquirido através de autoridades certificadoras autorizadas pela Sefaz, como por exemplo o Serasa. Os certificados são comprados pelas empresas emissoras de nota e podem ser utilizados para várias filiais da mesma empresa.

    Vale salientar que os certificados são emitidos no padrão PKCS#12 (.pfx) e quem usa servidores Linux/Unix/Mac devem converter os certificados para PEM (.pem). Para isso há conversores online ou você pode fazer diretamente pelo Terminal através do openssl.

    Obs. Sempre abra os arquivos PEM em um editor de texto e verifique os Bag Attributes e todas as Keys estão preenchidas, pois as vezes elas não estão com esses valores e isso causa erros sem resposta.

    Homologação, Produção e Contingência

    Após o possuir o certificado, o contador da empresa emissora do NFe/CTe deve, junto a Sefaz de seu estado, autorizar a empresa para ambiente de homologação (ou seja, ambiente de testes), a autorização sai em torno de 24 horas depois do pedido feito pelo contador. Cada filial deverá ter autorizada e homologada individualmente, porém o certificado, como dito antes, pode ser o mesmo.

    No ambiente de homologação, o sistema deve estar configurado com os webservices de homologação do estado da empresa (homologação NFe, homologação CTe). A XML deve estar preenchida com os dados de homologação. Verifique a parte de homologação no manual para entender como devem ser esses dados.

    Após a autorização de homologação, você deve fazer a emissão e autorização de no mínimo 10 notas/conhecimentos, 5 cancelamentos e 5 inutilizações (falaremos disso abaixo). Somente após fazer isso, você pode pedir para o contador autorizar a empresa a emitir nota em ambiente de produção. Faça quantos testes forem necessários até sentir-se seguro. Erros em Notas podem causar problemas muito sérios para as empresas, principalmente quanto a sonegação de impostos.

    Lembre-se de, quando passar a nota para o ambiente de produção, mudar os webservices para o ambiente de produção. O tempo para autorizar a empresa para o ambiente de produção é de mais 24 horas.

    Obs. Se a empresa estiver com dívidas muito altas de impostos ou algum problema de cadastro e atualização de dados na Sefaz, você pode ter problemas durante a emissão da nota/conhecimento. Nesse caso, consulte o contador ou administrador da empresa para que ele tome as devidas providências. Como é um erro sem retorno, no caso de suspeitar desse problema, consulte o e-CAC.

    No caso dos webservices estarem fora do ar ou a empresa não disponibilizar de internet naquele momento, é necessário emitir a Nota Fiscal em contingência. Há ao todo 3 formas de continência. Os servidores de contingência estão disponíveis no site da Sefaz Nacional. Exceto no caso do emitente estar sem internet, o próprio servidor de continência envia os dados da NFe/CTe para a Sefaz Nacional. Isso pode demorar cerca de 2 horas depois que o servidor do estado voltar ao normal.

    Emissão da Nota/Conhecimento Eletrônico

    Para poder emitir uma Nota ou Conhecimento, você precisará gerar uma chave única para esta. A chave é gerada a partir da seguinte lógica:

    O dígito verificador é um número que é gerado por um algoritmo específico a partir do número restante. Basicamente, multiplica-se o número da base pelos decimais equivalentes de 2 a 9, soma o resultado e pega o resto da divisão do resultado pro 11, por fim, pega o 11 e subtrai o resto. Se o resultado for 10, deve-se pássaro 0. É fácil encontrar o algoritmo para a linguagem que você trabalha no Google. Abaixo o código em PHP.

    function calculadDigitoVerificador($chave43) {
    
       $multiplicadores = array(2,3,4,5,6,7,8,9);
    
       $i = 42;
    
       while ($i >= 0) {
    
           for ($m=0; $m<count($multiplicadores) && $i>=0; $m++) {
    
               $soma_ponderada+= $chave43[$i] * $multiplicadores[$m];
               $i--;
    
           }
    
       }
    
       $resto = $soma_ponderada % 11;
    
       if ($resto == '0' || $resto == '1') {
    
           return 0;
    
       } else {
    
           return (11 - $resto);
    
      }
    
    }

    tabela-chave-acesso-dv

    Com a chave de 44 caracteres pronta e a XML preenchida corretamente, você já pode emitir a Nota Fiscal / Conhecimento Transporte. Você receberá como resposta a XML validada e o retorno  da Sefaz avisando se a nota foi autorizada, denegada (quando há algum problema com o emitente)  ou rejeitada e precisa ser corrigida.

    Lembre-se que esses documentos fiscais devem seguir uma seqüência numérica que deve ser usada dentro de cada série.

    Obs. Os CTe’s não são emitidos por agências, mas sim por filiais, por isso fique atento a sequência numérica.

    Consulta

    Você pode consultar a nota / conhecimento através do site da Sefaz Nacional ou diretamente na Sefaz de seu estado. Para isso, basta você entrar com o número da chave.

    Há um webservice específico para consulta para permitir que o seu sistema mostre para o usuário a situação daquele documento.

    Vale lembrar que se você for consultar na Sefaz Nacional pode ser que a nota não apareça em até cerca de duas horas após a emissão. A consulta feita na Sefaz estadual tende a ser na hora.

    Carta de Correção

    A carta de correção é um documento fiscal que faz adendos a uma nota fiscal/cte emitida. Esse documento anexa informações ao documento dentro da Sefaz. Para o sistema, será emitido um novo XML de resposta contendo as informações da correção.

    Alguns estados não permitem a emissão da correção. No caso, o usuário deverá cancelar o documento e emitir outro.

    Cancelamento

    Se uma compra for cancelada ou houver um erro que não pode ser resolvido através da carta de correção, você pode fazer o cancelamento da Nota/Conhecimento através do webservice de EVENTO, passando a função de cancelamento.

    Geralmente, você tem até 24 horas para cancelar uma Nota Fiscal Eletrônica a partir da hora de emissão da mesma. Porém, alguns estados só permitem o cancelamento em até 3 horas. Para o CTe há uma semana de prazo de cancelamento.

    Em caso de necessitar cancelar a nota ou cte após o prazo terminado, avise ao contador da empresa emissora. Este deverá enviar um documento a Sefaz do estado para resolver o problema e uma pequena taxa deverá ser cobrada.

    Inutilização

    Se por algum motivo você precisar pular o número de uma nota, seja por esquecimento, erro no sistema, etc., você deverá inutilizar aquele número.

    A Nota/CTe segue um número contínuo dentro de cada série. Por isso, utilize o webservice de inutilização para pular algum número da sequência. Alguns estados não possuem servidor de inutilização (consulte o site da Sefaz Nacional), nesse caso, consulte o contador da empresa emitente e ele deverá enviar um documento para a Sefaz, em papel, para inutilizar esses números.

    DANFE/DACTE

    O Danfe / Dacte são os documentos impressos NÃO FISCAIS contendo a informação das Notas/Conhecimento. Descrevo o não fiscal porque o que tem realmente valor fiscal são as XMLs que devem ser salvas por 5 anos. No entanto o Danfe é necessário para o emissor da nfe passar os dados da nota impressos para o cliente. Já o Dacte é OBRIGATÓRIO que o motorista/piloto/ferroviário ande junto com os Danfes dos produtos que estão sendo transportados.

    Nos manuais da Sefaz há descrições de que como deve ser o leiaute do Danfe/Dacte. Estes nada mais são do que uma apresentação impressa e legível dos dados da XML. Você pode usar o DOM Document sem problema para ler a XML e gerar o seu arquivo PDF.

    Bibliotecas Prontas

    Como as comunidades de programadores são enormes, há bibliotecas para as principais linguagens que possibilitam a rápida implementação de NFe, NFs e CTe no seu sistema. Porém mesmo com essas bibliotecas, diversas modificações são necessárias, principalmente quando sai uma nova nota técnica.

    Se você conhecer outras bibliotecas, por favor deixe nos comentários para que eu possa atualizar o post.

    Erros Freqüentes

    Abaixo uma lista com algumas soluções dos erros mais freqüentes duvidosos, ou seja, que a resposta da Sefaz não deixa clara. Se você encontrar um erro que conseguiu solucionar, por favor deixe nos comentários para que possamos atualizar o post:

    • Validação de XML – São os erros mais comuns. Geralmente possuem uma resposta com o nome da tag e a descrição que leva a expressão regular pelo esquema. A grande maioria das vezes são causadas por caracteres especiais ou problemas de validação no sistema para o preenchimento de dados ou por tags vazias. Solução: converta todas as suas strings para UTF8 e faça um “trim” para retirar espaçamentos em branco. Uma boa dica é retirar qualquer acento, til, caracteres especiais para evitar erros. Verifique também se o valor do campo da XML condiz com o descrito na tabela de laioute;
    • Servidor da Sefaz Não Responde – Esse erro acontece normalmente quando o servidor da Sefaz está instável ou fora do ar. Verifique no Site da Sefaz Nacional a disponibilidade do servidor. Pode acontecer caso você tenha preenchido errado a URL do Webservice;
    • Emissor não autorizado para emitir em ambiente de (…) – Acontece caso a empresa não esteja autorizada no ambiente que está tentando emitir ou quando você erra a URL do webservice de seu estado.
    • Sem resposta – Os erros sem resposta costumam acontecer quando há um problema antes da comunicação. É mais comum acontecer quando há algum erro no certificado ou quando a URL do Webservice está preenchida errado. Verifique o certificado e o webservice de acordo com o descrito acima neste artigo. Instale o certificado na sua máquina e verifique pela URL do webservice se ela está acessível;
    • Erros de comunicação / Não consegue acessar – Erro comum quando a senha do certificado está errada ou há um problema no certificado, como o descrito acima neste artigo. Verifique também se a XML está com o ambiente correto. Esse erro também pode acontecer quando a empresa está com algum problema junto a Sefaz;
    • Hora de cancelamento anterior a hora de emissão – Esse erro é muito comum em servidores com os horários mal configurados. Por padrão, um servidor deve ter a sua hora configurada pelo GMT – 3 horas (ou 4 horas, dependendo da região do Brasil) mais o horário de verão (se  houver na região). Você pode até forçar isso via código, entretanto, alguns servidores mal configurados, ao invés de especificar a região (América do Sul/Brasil) podem estar com o horário do GMT errado contando já com menos 3 horas. Para resolver o problema (quando não tens acesso ao servidor), force, via código, a configurar o GMT correto e marcar como America do Sul Brasil. Em último caso, use o horário a partir da internet.

    Vale lembrar que em breve todos os estados terão que usar também o NFCe, a Nota Fiscal de Consumidor Final Eletrônica. Essa nota substitui os cupons fiscais e apenas deverá ser impresso a descrição, o link e o QRCode para acesso do contribuinte. Os estados estão adotando o NFCe aos poucos no ano de 2016.

  • Implementando a Integração entre PHP + jQuery + jSon

    Implementando a Integração entre PHP + jQuery + jSon

    Hoje estou postando um vídeo tutorial para quem ainda não conhece jSon, poder entender o funcionamento básico do compartilhamento de dados usando essa tecnologia.Como base, usaremos o PHP e o jQuery (ótima biblioteca Javascript).

    Claro que por se tratar de um vídeo não é tão fácil ficar acompanhando o código. Por isso mesmo, estamos disponibilizando aqui o código para que você possa entender.

    Aproveite e deixe um comentário aqui em baixo, ou no YouTube e assine o nosso canal!

    Script para criar a tabela no postgres:

    CREATE TABLE jogos
    (
    id serial NOT NULL,
    nome text,
    console text,
    preco numeric(10,2)
    )

    dados.php:

    /**
     * Tutorial jSON
     */
    
    //Definir formato de arquivo
     header('Content-Type:' . "text/plain");
    
    $host = "localhost"; // IP do Banco
     $user = "postgres"; // Usuário
     $pswd = "postgres"; // Senha
     $dbname = "tutoriais"; // Banco
     $con = null; // Conexão
    
    $con = @pg_connect("host=$host user=$user password=$pswd dbname=$dbname") or die (pg_last_error($con));
    
    //@pg_close($con); //Encerrrar Conexão
    
    if(!$con) {
     echo '[{"erro": "Não foi possível conectar ao banco"';
     echo '}]';
     }else {
     //SQL de BUSCA LISTAGEM
     $sql = "SELECT * FROM jogos ORDER BY console";
     $result = pg_query($sql); //Executar a SQL
     $n = pg_num_rows($result); //Número de Linhas retornadas
    
    if (!$result) {
     //Caso não haja retorno
     echo '[{"erro": "Há algum erro com a busca. Não retorna resultados"';
     echo '}]';
     }else if($n<1) {
     //Caso não tenha nenhum item
     echo '[{"erro": "Não há nenhum dado cadastrado"';
     echo '}]';
     }else {
     //Mesclar resultados em um array
     for($i = 0; $i<$n; $i++) { $dados[] = pg_fetch_assoc($result, $i); } echo json_encode($dados, JSON_PRETTY_PRINT); } } ?>


    index.html:

    <!DOCTYPE HTML>
    <html lang="pt-br">
    	<head>
    		<meta charset="UTF-8">
    		<link rel="icon" type="favicon.png" />
    		<link rel="stylesheet" type="text/css" href="estilo.css">
    		
    		<!--jQuery-->
    		<script src="http://code.jquery.com/jquery-2.0.3.min.js" type="text/javascript"></script>
    		<!--Script-->
    		<script src="script.js" type="text/javascript"></script>
    		
    		
    	</head>
    	<body onload="carregarItens()">
    		<section>
    			<h1>PortilloDesign Tutorial JSON + PHP</h1>
    			<!--Área que mostrará carregando-->
    			<h2></h2>
    			<!--Tabela-->
    			<table id="minhaTabela">
    				<caption>Cadastro de Jogos</caption>
    				<thead>
    					<th>ID</th>
    					<th>Jogo</th>
    					<th>Console</th>
    					<th>Valor</th>
    				</thead>
    				<tbody>
    				</tbody>
    			</table>
    		</section>
    	</body>
    </html>

    script.js:

    /**
    * Capturar itens do banco de dados
    */
    function carregarItens(){
    	//variáveis
    	var itens = "", url = "dados/dados.php";
    
        //Capturar Dados Usando Método AJAX do jQuery
        $.ajax({
    	    url: url,
    	    cache: false,
    	    dataType: "json",
    	    beforeSend: function() {
    		    $("h2").html("Carregando..."); //Carregando
    	    },
    	    error: function() {
    		    $("h2").html("Há algum problema com a fonte de dados");
    	    },
    	    success: function(retorno) {
    		    if(retorno[0].erro){
    			    $("h2").html(retorno[0].erro);
    		    }
    		    else{
    			    //Laço para criar linhas da tabela
    			    for(var i = 0; i<retorno.length; i++){
    				    itens += "<tr>";
    				    itens += "<td>" + retorno[i].id + "</td>";
    				    itens += "<td>" + retorno[i].nome + "</td>";
    				    itens += "<td>" + retorno[i].console + "</td>";
    				    itens += "<td>" + retorno[i].preco + "</td>";
    				    itens += "</tr>";
    			    }
    			    //Preencher a Tabela
    			    $("#minhaTabela tbody").html(itens);
    			    
    			    //Limpar Status de Carregando
    			    $("h2").html("Carregado");
    		    }
    	    }
        });
    }
  • Qualidade Suficiente

    Qualidade Suficiente

    Qualidade Suficiente trata-se, basicamente, de que o artefato que você desenvolve deve valer o total pelo qual foi pago. Entender esse termo é a chave para bons negócios.

    Meu pai sempre me contava sobre qualidade suficiente, mas nunca entendi ao certo o que era isso até o dia que eu comecei a prestar serviços. Não é um termo muito usado.

    Apesar de uma definição polêmica, não quer dizer que você não deva buscar qualidade naquilo que faz, e sim, entender o padrão mínimo de qualidade para um determinado projeto a fim de torna-lo aceitável. Não é um termo para definir a qualidade máxima de um material e sim a qualidade mínima esperada em relação ao custo gasto.

    O maior problema da área de criação, hoje, é compreender o valor de cada peça. Seguir tabelas como a da ADG ou da Abap, e tantas outras que existem por aí, é uma tarefa extramente difícil, principalmente para profissionais liberais, pequenas agências e estúdios. Pequenas empresas raramente aceitam pagar R$941,00(SINAPRO-PE) por um anúncio de ¼ de página. Ou de R$800,00 a R$4000,00 (ADG) para uma Tag. Às vezes, fazer valores pouco abaixo dessas tabelas é a única forma de conseguir clientes. Claro, não se devem fazer valores extremamente inferiores, mas dividir e parcelar é uma boa opção.

    paquimetro digital

    O pensamento de qualidade suficiente ajuda ao designer a controlar suas finanças e uso correto de tempo. Compreender o que o cliente realmente necessita é o primeiro passo para cobrar corretamente e não perder tempo com um material que não precisa ter mais do que o necessário.

    O termo qualidade não é algo que se possa definir sem subjetividade. Qualidade depende do que você interpreta como necessário e funcional. Pode ser um trabalho que funcione, mas seja feio ou que não funcione bem, mas seja esteticamente agradável, ou um meio termo. Isso dependerá de quem considerar a qualidade.

    Por isso, é importante marcar reuniões e compreender os fatos de cada trabalho individualmente. Cada caso é um caso. Um trabalho que deverá atingir uma quantidade pequena de pessoas não deve ser cobrado como um outro que atingirá centenas ou milhares de pessoas. É importante preparar bem o contrato para sempre deixar tudo claro. Em peças como folders ou ilustrações, por exemplo, deve-se usar termos de uso, geralmente limitando a quantidade de reproduções ou projetos de uma peça.

    É bom lembrar o termo que Qualidade Suficiente é algo para definir a qualidade mínima de um projeto, e não a máxima, em relação ao tempo desejado para a elaboração e finalização. Um trabalho de 200 reais pode ser ou não uma epifania, é aceitável que não seja, e não é necessário o uso de técnicas tão avançadas. Mas um processo semelhante de 2 mil reais, já exige a obrigação de usar técnicas melhores e a necessidade de se refletir muito mais durante a elaboração do projeto.

    Muito além do que seguir tabelas é entender a necessidade de seu cliente. Tabelas servem para encontrar o meio termo, mas a razão é o que vai desenvolver o seu método de trabalho. Especifique o seu tipo de qualidade e tenha em mente os valores mínimos de cada projeto e relacione isso com o tempo e dificuldade que você demoraria a desenvolver. Aprenda a dizer não sempre que necessário e coloque o seu nível de qualidade sempre em destaque quando questionado os valores. Com o tempo, você aprende a equacionar Qualidade Suficiente com o sua própria tabela virtual de preços.

  • O Que Define o Sucesso?

    O Que Define o Sucesso?

    Por definição, sucesso é o momento em que se chega a um objetivo que anteriormente planejou alcançar. Esse objetivo pode ser definido através da visão da empresa.  Porém, do ponto de vista ético, podemos definir o sucesso como o objetivo alcançado de forma a trazer benefícios para a sociedade. Apesar de citar marcas, este artigo não tem por objetivo apoiar, defender ou descriminar nenhuma empresa. Trata-se apenas de opinião e observação de fatos.

    Milhões de pessoas correm atrás do sucesso. Seja um sucesso pessoal ou profissional, seja em um projeto ou em uma carreira. Mas o que define o que é sucesso ou não? Como podemos definir se tivemos sucesso em algo ou se ainda estamos crescendo?

    Por definição, sucesso é o momento em que se chega a um objetivo que anteriormente planejou alcançar. Esse objetivo, corporativamente falando, pode ser definido através da visão da empresa.  Porém, do ponto de vista mais ético, podemos definir o sucesso como o objetivo alcançado de forma a melhorar ou trazer, de alguma forma, um benefício para a sociedade. Quando eu crio essa definição ética, não me refiro diretamente a valores relacionados a sustentabilidade. Mas com a questão de desenvolver produtos ou serviços de qualidade que façam  bem para o consumidor, através de soluções eficientes e que não usem de artifícios apelativos para incentivar a compra.

    Sucesso é igual a dinheiro?

    Empresas muito ricas não necessariamente são um sucesso, pois, muitas vezes, não desenvolvem produtos de qualidade ou que favoreça o consumidor de alguma forma. Como exemplo, irei citar algo que não tem a ver com tecnologia, mas que é incrivelmente conhecido e relatado como caso de sucesso: o McDonalds.

    Com mais de 33 mil lojas, o McDonalds é sem dúvida uma rede de lanchonetes extremamente valorizada. Não há como contestar que o McDonalds atinge sempre os seus objetivos financeiros, aumentando frequentemente a sua receita líquida. Com pratos saborosos que vão desde sanduíches a sorvetes, a empresa do palhaço atrai um público infanto-juvenil e trabalhadores interessados em comida rápida. Apesar do alto custo de seus produtos, tem gente que come em uma das franquias todos os dias.

    Porém, como é mostrado no documentário Super Size Me – A Dieta do Palhaço (SPURLOCK, 2004), os produtos oferecidos pelo o McDonaldsnão trazem para a sociedade ou ao consumidor nenhum tipo de benefício além da agilidade (apesar das longas filas) para a entrega dos alimentos. Não são comidas saudáveis e muitos nem mesmo devem considerar como uma comida saborosa, mas todos concordam que é uma comida viciante. Além disso, produz propagandas que induzem crianças, através do McLanche Feliz, a consumirem produtos que são prejudiciais a saúde, por conta disso, a empresa foi obrigada a oferecer uma fruta em meio ao lanche (no caso, a maçã) e ainda promove essa obrigação como se fosse uma escolha criada para promover a boa alimentação das crianças.

    Cena de SuperSize Me

    Talvez possa ser cogitado a necessidade da existência de empresas que oferecem serviços rápidos (como gráficas rápidas, fast-foods, dentre outros). Mas o simples fato de ser fast-food não significa que o alimento precisa ser prejudicial para a saúde. Diversas outras redes, como a Subway, produzem alternativas mais sadias e com atendimento mais rápido do que o próprio McDonalds. Esse exemplo pode ser visto também na rede Giraffas, que apresenta alimentos rápidos, sadios, saborosos, frescos e bem produzidos.

    Empresas como Giraffas e Subway não possuem uma quantia de franquias ou quantidade de dinheiro tão esmagador quanto o McDonalds,e nem valem tanto no mercado. Mas, eticamente, apresentam produtos que fazem bem a seus consumidores, que favorecem a sociedade de alguma forma. No entanto, não estou defendendo essas empresas. Muitos executivos acabaram por começar a criar campanhas semelhantes ao McDonalds. O Giraffas já produziu algumas campanhas orientadas a atrair crianças, apesar de apresentar um prato completo especial e não somente hamburguers.

    Estamos falando de tecnologia ou comida?

    Sei que os exemplos apresentados acima são sobre a indústria de alimentos, mas se aplicam naturalmente a indústria de tecnologia. Muitas empresas aproveitam-se da ignorância do cliente em relação aos avanços tecnológicos e criam contratos ou produtos que acabam por prejudicar o contratante de alguma forma. Vou citar alguns exemplos:

    Uma empresa que não existe mais, no qual eu tive convívio por algum tempo, comprava notebooks mais baratos e simples na rede Extra de supermercados e revendia para clientes pelo o dobro do preço, afirmando que era um equipamento de última geração. Ou seja, se aproveitava da ignorância do cliente, mas ganhava muito dinheiro com isso. Esse caso é um sucesso?

    Na área de web, eu conhecia uma empresa que fazia duas coisas erradas: primeiramente dizia-se treinada pelos profissionais do Google e exibia um selo de Google Certified. Mas na verdade, simplesmente um dos profissionais dessa empresa foi treinado por uma pessoa que tinha Google Certified. Ou seja, aumentava bastante, mentia para os consumidores a respeito de suas especializações. E não era só! A empresa ainda oferecia o serviço de SEO e colocava no contrato que TODO crescimento do site relativo a visitação ou ao Google, seria aceitado como feito pela a contratada. Ou seja, se a contratante fizesse uma promoção e aumentasse a visitação, a contratada ganharia mais sem fazer absolutamente nada. Isso parece justo??? E ainda pior! Se o contrato fosse rompido, a empresa tirava o site do ar por 7 dias (afirmando que era comum disso acontecer tecnologicamente), tirava tudo de SEO do site e ainda colocava códigos blackhats ou coisas que atrapalhassem a visita, para que diminuisse ou se possível sumisse o site do Google.

    “Mas o Cliente é que foi Besta”!

    O cliente não tem obrigação de conhecer tudo sobre a área da empresa que se está contratando. Afinal, esse é o motivo da contratação. Em essência, toda a empresa precisa ser ética e apresentar soluções eficientes e verdadeiras. Da mesma forma que temos que confiar em um médico, precisamos confiar em quem contratamos. Pagamos por essa confiança. Pagamos pela capacidade e conhecimento. Pagamos pela ética.

    O problema é que a realidade é mais complicada do que se imagina. Na vida real, uma empresa anti-ética pode sim ganhar mais dinheiro e notoriedade do que uma empresa idônea. Não adianta ter pensamentos utópicos e acreditar que somente as que usam de valores morais é que ganharão mais dinheiro. Devemos é preparar a nova escola de empreendedores a trabalhar com o pensamento focado na melhoria da sociedade como um todo.

    Definindo o Sucesso

    Podemos definir que o McDonalds não é uma empresa de sucesso? Eticamente, não. O Subway é uma empresa de sucesso? Ética, e aparentemente, sim.

    Uma empresa de tecnologia de sucesso é aquela que apresenta soluções funcionais e que trabalhe com transparência, fazendo o possível para inovar e facilitar a vida do cliente. Sucesso não é simplesmente ganhar dinheiro e faturar. Dinheiro deve ser a consequência de um trabalho bem feito e não o objetivo desse trabalho.

    Caso vocês tenham uma ideia diferente de sucesso, ou queiram citar algum exemplo, deixem um comentário. Reflitam a respeito, se a sua empresa, ou você está em busca daquele sucesso ético ou se o seu objetivo de vida é simplesmente ganhar dinheiro. Apesar de que a definição de certo e errado possa ser extremamente pessoal, possuímos valores sociais que definem se o que estamos fazendo é correto.

    O que você prefere? Ser uma empresa (ou pessoa) de sucesso? Ou ser uma empresa (ou pessoa) extremamente rica e famosa?

  • Conjecturas Sobre Inovação e Criatividade

    Conjecturas Sobre Inovação e Criatividade

    Inovação e Criatividade. Quantas vezes vocês não escutam essas palavras hoje em dia? Geralmente em ofertas de emprego encontramos aquelas referências: “Precisa ser inovador, criativo e ter espírito de guerreiro”. A menos que você seja um índio nativo-americano, um espartano ou um viking, é difícil deixar evidente essas qualidades. As propostas de emprego são cheias desses diferenciais subjetivos. Isso acontece justamente porque as pessoas não compreendem o que é inovação e o que é criatividade.

    Inovação

    Quando as pessoas falam a palavra inovar, vem logo a cabeça “criar algo novo”, mas não necessariamente isso. Inovar pode ser renovar de forma a ser mais funcional, atrativa, agregando características e valores a algo que já existe. Além do uso indiscriminado da palavra, o principal problema são as pessoas que usam a palavra para se promover. Quem nunca viu uma palestra com o nome “Aprendendo a Inovar”, “Inovação para sua Empresa” ou algum livro que tenha inovação no nome?

    Um dia, um amigo e eu fomos a uma palestra chamada “Inovação Estratégica para sua Empresa” ou alguma coisa parecida, em um ciclo de palestras do Núcleo Empresarial de Inovação do Ceará (NEI/CE). A primeira coisa que notei, assim que cheguei, foi a estrutura, igual a qualquer outra, e até mesmo a identidade dos impressos do evento. Mãos sobrepostas nos pôsteres, cadeiras em um auditório amadeirado, café expresso na entrada, pastinhas, pessoas dormindo, um cara apresentando falando mais devagar e chato do que um professor de ciências americano. Cadê a inovação? Como um evento sobre inovação consegue ser nada inovador?

    Mãos formando a logo da Fiec sobre um evento de inovação

    Ok. Então entrou o cara, com seus 30 e poucos anos, infelizmente não me lembro do nome dele. Confesso que geralmente fico meio assim assim quando o cara é novo, mas resolvi dar uma chance e deixei o meu preconceito de lado. Daí começou a discursar coisas óbvias – aliás, esses palestrantes ultimamente parecem políticos, só falam o que está ruim e não mostram soluções. Só que a palestra do cara parecia com a de quem estava no primeiro período de marketing. Começou com uma série de slides estáticos contando a vida dele. “Quando eu era um filhoooote (… Rei Leão)”. Okay, estou exagerando, mas ele começou a contar coisas da época pré faculdade e a falar como é bom nisso e naquilo, coisa que todo o palestrante CHATO faz. Mas mesmo apesar de palestrar há tantos anos, como ele disse, ele não parava de soltar uns “eeehhh”, “então…”, “aííí”, essas coisinhas de quem decorou e não lembrou do texto.

    Resultado: pegamos no sono e quando nos demos conta disso, saímos, pegamos um cafezinho e fomos embora morrendo de fome, procurando um lugar para jantar.

    Pense que palestra chata!

    Não sei sobre as outras palestras do evento. Na verdade, nem me interessei. Mas não importa se você tem uma empresa séria ou é diretor de uma grande corporação, nenhuma empresa foi mais corporativa e formal quanto a IBM e mesmo assim aprendeu a inovar, renovando os seus conceitos para concorrer contra a Apple na década de 70. O fato de ser sério, não quer dizer que tem que ser chato. Uma coisa chata, maçante, onde várias pessoas dormiam, não vai trazer nada de inovador para a empresa dos espectadores. Para mostrar as pessoas como inovar é preciso ser inovador antes. Essa história de “espeto de pau” não funciona mais há tempos.

    Charlie Chaplin olhando um PC da IBM

    Criatividade

    Procurando algumas ofertas de empregos, muitas dessas como freelancer, observei que muitas pessoas exigem, como diferencial, ser criativo, mas o que é exatamente ser criativo? Simplificando, criatividade é a capacidade de resolver problemáticas a partir do conhecimento que já possui, ou através da busca de novas informações. Ser criativo é saber resolver problemas de forma funcional.

    Mas o que as pessoas interpretam como criatividade? As pessoas acham que ser criativo é ser imaginativo. Claro que precisa de imaginação para ser criativo, mas não o contrário. Existem muitas pessoas sonhadoras, mas poucas pessoas objetivas. Criatividade te leva a uma meta. Muitas pessoas me acham um cara duro, frio, chato, ranzinza. Talvez eu até seja uma versão pobre e pouco famosa do House, mas isso é porque não tenho sonhos. As pessoas me dizem que sonham em ter uma empresa, sonham em ser famosas e que eu preciso sonhar também. Mas não! Não preciso de sonhos, preciso de objetivos.

    Xícara com asa redonda

    Voltando às empresas. Dificilmente uma pessoa vai entender que ela é criativa. E por ser um termo tão subjetivo, vai ser complicado saber o que é criatividade para esse empregador. Criatividade é saber fazer desenhos bonitinhos? Criatividade é saber contar piadas? Criatividade é saber criar um algoritmo capaz de encontrar qualquer número primo em segundos?

    Agora muitos vão dizer: “Você subestima a capacidade dos outros!”. Não, não subestimo. Uma coisa que aprendi é nunca subestimar a burrice e incompetência das pessoas. Na verdade, esse é um pensamento simples para fazer coisas mais simples ainda para o público. Coisas mais fáceis de manusear ou compreender, logo, mais funcionais. Lembrando que incompetência e burrice podem se aplicar a uma área do conhecimento pessoal e não a toda capacidade da pessoa, alguém pode ser burro e incompetente em algo, mas inteligente e esperto em outra coisa.

    Concluindo

    Se você está procurando alguém para trabalhar para (ou com) você, seja mais específico e menos subjetivo em suas buscas. Procure um profissional com experiência disso, nisso e naquilo. Todo bom profissional, sem exceção, deverá ser criativo, mas nem todo mundo precisa ser inovador.

    Se você é um profissional que se sente ou se acha inovador, pense onde você está inovando e se você realmente está inovando. O que de novo ou diferente foi criado? E esse novo é realmente útil e interessante? Não adianta ser único ou “do contra”, é preciso ter um motivo e um objetivo para isso.

    Quantos de vocês já conheceram uma empresa chamada inove, innove, inova, i9 ou similar?