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  • Quanto Custa Ser Designer?

    Quanto Custa Ser Designer?

    OBS: Este artigo recebeu atualizações com valores e propostas de 2017. Artigo Originalmente publicado em 2013.

    Tem vontade de ter um estúdio de design?  Ou talvez de trabalhar como designer autônomo? Pois saiba que os custos para a profissão é muito mais alto que a simples compra de um bom computador e uma cadeira.

    A ilusão criada de que é barato ser designer começa em parte pelo baixo custo dos computadores comuns (que podem ser divididos em diversas vezes “sem juros”) e pela popularização da pirataria, que possibilitou que qualquer pessoa adquirisse ilegalmente uma cópia funcional de programas como Photoshop, Illustrator e CorelDRAW. Além disso, cursos como SOS Computadores, Microlins, Microcamp, Cedaspy, Prepara, dentre outros com qualidade igualmente duvidável, criaram a ilusão de que para ser designer basta saber mexer ou brincar em alguns softwares gráficos, ignorando completamente o aprendizado teórico e relacionamentos.

    A realidade é que o custo para ser designer, além de computadores e software, incluem estudos, pesquisas e eventos. Abaixo, irei citar alguns custos que designers possuem para se manter, atualizar e/ou entrar na área. Lembrando que a ideia deste artigo não é desestimular, mas sim mostrar a realidade para aqueles que não tem ideia da complicação de uma empresa na área de design e comunicação.

    O Computador de um Designer

    Um computador para projetos gráficos é bem mais caro do que um computador para uso em escritórios ou doméstico. O custo de equipamento para um profissional de computação gráfica vai variar de acordo com o quê ele trabalha, se com impressos, 3D, vídeos ou relativos. De básico, pelo menos, 4 núcleos, 8GB de RAM, 1GB de vídeo, e, claro, um monitor com uma boa profundidade de pixels.

    Mas porque tanto se a um ano atrás podíamos trabalhar com um processador de 2 núcleos? A resposta pode ser resumida em uma palavra: Qualidade. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, é necessário que o estúdio se adeque a esse padrão de qualidade para que não fique atrás de concorrentes, podendo produzir trabalhos com melhores resultados e em menor tempo. O custo de um computador nessas configurações é de, no mínimo, 1900 reais, à vista, caso desktop e cerca de 2400 reais, caso notebook. Isto se você não comprar um Mac, que é mais ideal para a área, aí o preço subiria para pelo menos 8 mil reais para a compra de um iMac razoável ou a partir de 14 mil para um MacPro simples (sem monitor) – caso este indicado para produção de vídeos e 3D. Porém, quando se tem várias máquinas, tende a precisar repor peças defeituosas constantemente, além de ter HDs externos para salvar arquivos importantes e servidores de backup, ainda compra frequentes de acessórios mais específicos. Tudo isso fora os periféricos como caixas de sons, impressoras lasers, roteador, módulo isolador, etc.

    Alguns tipos de computadores e equipamentos usados por designers

    Os Softwares e Aplicativos para Design

    Outrora, o mais caro em um estúdio era o Software. Hoje isso mudou um pouco, não chega a ser mais tão caro. O Windows 8.1 Pro custa cerca de 600 reais por máquina, mais uns 700 de Office. Qualquer laptop vem com o Windows 10 e você pode comprar uma versão Pro por cerca de 450 reais, mais o custo de 60 reais ao ano pelo Office 365. Hoje a Adobe possui um plano muito aceitável de 120 de 220 reais por mês, para o pacote completo. Licença essa que pode ser usado em até duas máquinas ao mesmo tempo. E se você usar o 3DsMAX? Mais 9 mil reais (para pequenas empresas)…. Caro não é? Só que, imagine só! Ainda tem Antivirus, AntiSpywares, Windows Server (caso não use um servidor de backups Linux), dentre outros pequenos serviços que são necessários. Felizmente, essas empresas costumam ter versões mais baratas para estudantes (o pacote Adobe CC fica por cerca de 50 reais 72 reais por mês, por exemplo) e o 3DsMAX e AutoCAD pode ser conseguido gratuitamente, mas não use, por ética, licenças estudantis para trabalhos profissionais recorrentes.

    Caso você utilize um Mac, o custo com software é um pouco menor, o que compensa o custo do hardware. Porém há opções mais bem acabadas como o Pixelmator (editor de imagens), Coda 2(editor de texto), Affinity Designer (desenho vetorial – também disponível para Windows) e Sketch 3 (criação de interfaces gráficas), são exemplos de bons apps focados em design, por valores aceitáveis.

    Equipe de Profissionais da Área de Design

    Encontrar pessoas capacitadas para trabalhar é uma tarefa muito difícil e cara, pois apesar do que possa parecer, o mercado está realmente necessidade de profissionais de verdade. Vocês pode perguntar como isso é possível com tantos cursinhos por aí? A resposta está na pergunta: “cursinhos”. Muitos excelentes profissionais não tem formação na área, mas estudam, lêem, conhecem pessoas, participam de encontros e eventos, etc. Mas essas instituições caça-níqueis, que representam uns 80% dos cursos profissionalizantes, não ensinam absolutamente nada de importante para um designer. Porém, a maioria dos formados nesses cursos se sentem designers. Do mesmo modo, muitas faculdades e cursos técnicos não preparam o profissional para a carreira profissional ou confundem-se com o objetivo principal, que é comunicação, não arte.

    Um profissional de verdade, cadastrado na ADG ou outras associações, tem um custo elevado. Um estagiário na área deve ter uma ajuda de custo (não remuneração) mínima de 700 reais 1000 reais, chegando a 1500 reais, dependendo do estado. Um profissional júnior, mas com boa aptidão, deve receber em torno de 1500 a 2000 1800 a 2300 reais. Fazer um trabalho de estética, sintético, prático, comunicativo, matemático e entender o cliente e o público consumidor não é algo tão simples como parece. É uma área que exige conhecimento em diversas outras áreas, desde tecnologias avançadas à artes plásticas, teatro, psicologia, música, jornalismo e todas as áreas que seus clientes estão envolvidos.

    Custos Adicionais

    Para poder desenvolver sites e sistemas hoje em dia, faz-se necessário alguns custos com equipamentos específicos. Tablets Android e iPads, Smartphones e outros equipamentos móveis são necessários para a elaboração de sites e sistemas adaptados e responsivos. Infelizmente e felizmente, existem diversos modelos e sistemas operacionais móveis, com diferentes resoluções e propostas. Isso pode gerar um custo de alguns milhares de reais a mais, dependendo do tipo de serviço que o designer/estúdio oferecer.

    Vale lembrar que é importante que o contrato contemple a adaptabilidade do projeto. Para desenvolver esse contrato é ideal contratar um advogado ou consultoria empresarial, pode ser iniciante, para que revise ou elabore um padrão desse contrato (e assim você possa reutilizar). Isso pois não é difícil encontrar casos de ter que trabalhar mais tempo refazendo coisas que o cliente exige por conta de um contrato mal formulado.

    Nos custos adicionais, ainda devem ser pensado custos com cursos de atualizações, livros para referências e ida a diversos eventos na área de tecnologia e design. Com o tempo, treinamentos específicos de oratória, coaching e outros executivos são necessários para garantir uma melhor apresentação perante os clientes.

    Custos de decoração e acessibilidade no escritório também são necessários. Isso é importante para manter a identidade da empresa perante visitantes e funcionários.

    adobe-camp-brasil

    Impostos

    O custo em impostos é de cerca de 25% em cima de cada serviço, quando contado as custas do ISS e do contador. Isso sem contar o valor no caso de você ter empregados e não sócios. Lembre-se que as empresas ligadas a tecnologia precisam ser abertas em sociedade e não há como atrelar ao Simples Nacional.

    Felizmente, desde 2015, empresas de TI podem ser inclusas no Simples Nacional, todavia, ainda precisam ser sócio, caso queira abrir uma pequena empresa. O custo em cima do imposto sobre serviço é de 5%, porém é necessário verificar o preço do contador, que pode variar por região ou empresa. Uma alternativa seria procurar outros designers e montar uma cooperativa, os custos de ISS continuariam os mesmos, porém você poderia diluir melhor os custos com infraestrutura e outros impostos.

    Como uma dica rápida, fuja do MEI (Micro Empreendedor Individual) para a área. Apesar de parecer ser uma boa proposta, visto a redução de impostos, você fica limitado a um valor mensal de 5 mil 7 mil reais em nota. Ou seja, caso você passe desse valor em um mês que seja, você já é obrigado a mudar para outra uma empresa normal, com sócio e tudo mais e fechar um MEI é tão difícil quanto fechar qualquer empresa, então não é uma boa ideia para a área.

    Estúdio de Design

    Como qualquer outra empresa, um Estúdio precisa de um local fixo. Não dá para ser na garagem de casa para sempre. É necessário alugar uma casa ou salas comerciais. É preciso pagar contas de água, luz (bem caro, por sinal), telefone (nossa, aí é que é caro mesmo), hospedagens e servidores, contador e internet (que precisa ser super-rápida para atender a demanda e prazos). E não vamos esquecer os produtos de limpeza, higiene, materiais de escritório, mesa, cadeiras ergométricas, etc.

    Horários de Trabalho de um Designer

    É muito normal um profissional de TI passar noites e madrugadas acordado, seja trabalhando ou refletindo em algo relacionado ao trabalho. Por mais que o cliente diga que seja algo rápido, certamente vai ser bem demorado.  É comum o cliente acabar atrasando o projeto, por manter aprovações em segundo plano ou demorar para responde-las. Lembre-se que os últimos 10% do trabalho demorará o mesmo tempo que levou com os outros 90%.

    Remuneração

    Mas o maior problema de todos é a inadimplência. Alguns clientes pensam, graças aos boatos tecnológicos e maravilhas da ficção, que o computador faz tudo sozinho. Por isso, às vezes simplesmente ignoram pagar todo o serviço, como se a parte que pagaram fosse suficiente, mesmo o valor sendo totalmente acordado em um contrato. Quando isso acontece, é necessário muito jogo de cintura, e, por muitas vezes, deve ser ignorado para evitar que o seu nome entre em casos que possam sujar a imagem do Designer ou da Empresa. Somente em último caso o contrato deverá ser reclamado.

    Em outro artigo, abordaremos o assunto sobre o quanto cobrar e como cobrar, baseado em seus custos fixos e investimento inicial.

    Como iniciar um negócio?

    Todavia, uma empresa pode ser iniciada com recursos menores sim. Não há problemas que dois amigos se juntem, com seus computadores e softwares e comecem um negócio pequeno. A única coisa que deve ser lembrada é que se deve sempre pensar no ponto de vista legal. Que impostos devem ser pagos, notas devem ser passadas e deve seguir a ética e conduta para poder manter um mercado sólido, saudável e competitivo.

    É totalmente possível iniciar o trabalho como autônomo, para isso é necessário fazer um cadastro na prefeitura (CIM) e tirar nota fiscal avulsa para serviço (você consegue diretamente na prefeitura – ou subprefeitura – ou órgão autorizado). Além disso, você deve possuir boas máquinas e um local para reuniões. No começo, você pode optar em marcar reuniões em cafeterias ou restaurantes, enquanto tratar de empresas pequenas, mas com o tempo é necessário um local organizado e personalizado para receber o cliente.

    Mac aberto de lado em um escritório

    Como autônomo, você precisaria de:

    • Laptop ou Computador;
    • Mesa e Cadeira confortável;
    • Internet de Qualidade;
    • Impressora Jato de Tinta;
    • Materiais de desenho e rascunho como Papel, Nanquim e Lápis;
    • Custo de Software (Como Adobe CC);
    • Livros e Treinamento.

    Isso gera um custo fixo de cerca de 300 reais a 500 reais 500 reais a 1000 reais por mês mais um investimento inicial de cerca de 5 a 10 mil reais.

    Para um escritório, você deve adicionar ainda todas as questões legais, local de trabalho, mais computadores, etc. O ideal é que quando você for mudar de autônomo para empresa, procure uma consultoria, contador ou amigos da área que já passaram por essa situação.

    O custo inicial para um estúdio de design gira em torno de 40 mil reais iniciais, tendo um custo fixo mensal de 1.5 a 2 mil reais 2 mil a 4 mil reais iniciais.

    Fique claro que esse custo varia de estado para estado. Estados como São Paulo e Rio de Janeiro, os custos são muito maiores do que como Tocantins ou Rio Grande do Norte.

    Conclusão

    Diante de tantas adversidades, fica claro que manter um estúdio de design não é tão simples quanto muitos fazem parecer e nem é aquela “festa de Baco” ou um “chocolate quente”. Muito além do que possa parecer, um estúdio de design é sinônimo de dor de cabeça, noites em claro, stress e litros de café. Mas quando o seu trabalho é reconhecido, e bem pago, faz com que tudo valha a pena.

  • Quanto Custa Ser Programador?

    Quanto Custa Ser Programador?

    Obs. Este artigo foi originalmente escrito no começo de 2014. Foi atualizado recentemente para a realidade de 2017.

    Programador é o profissional responsável por resolver, replicar ou adequar soluções de software a fim de que um computador ou equipamento eletrônico com micro-controladores, execute uma tarefa.

    O principal custo do programador é, sem dúvida, em educação. Porém, ainda sim, é bem variável, pois baseia-se nas tecnologias que este deseja se especializar.

    O lado positivo é que muitas ferramentas para programadores são gratuitas, como o Brackets, Notepad++, assim como muitas linguagens, como o PHP, Java, C e outras.

    Educação

    Desenvolvedores precisam investir muito, muito mesmo, em livros e livros de tecnologia não são nada baratos. Dificilmente é possível encontrar um livro intermediário por menos de 200 reais 250 reais.

    Livros de Programação em Livraria

    Faculdades são um problema à parte. Apesar de várias faculdades de tecnologia aparecerem no país, a maioria focada em desenvolvimento não estão preparadas para preparar um aluno ao mercado de trabalho. Na própria faculdade, muitas vezes, possuem definições distorcidas de lógica e metodologias que não se adequam àqueles que já possuem intimidade com o computador, além de simplesmente ignorar assuntos como história e sociedade. Isso obriga a, mesmo os formados, procurarem especializações mais específicas para suas áreas, o que não é um negócio muito barato. Como é muito comum professores darem preferência a uma linguagem específica ao invés da lógica como um todo, muitos alunos, para conhecerem outras tecnologias, alternativas e métodos, precisam investir em cursos de especialização.

    Boas faculdades particulares de tecnologia tem seu custo médio variável entre 300 a 1500 reais 750 a 2000 reais por mês. Sendo que cursos de especialização ou específicos, tem seu custo em média de 900 a 3 mil reais por curso, podendo ter alguns mais baratos se vinculados a cursos de extensão de faculdades (principalmente as públicas). Algumas palestras e workshops, com pessoas importantes na área, podem também chegar ao valor equivalente a um curso.

    Certificação

    A certificação é uma prova, muitas vezes mais importante do que um diploma, de que o desenvolvedor tem domínio em uma determinada área ou ferramenta. Geralmente atrelado a uma tecnologia/linguagem específica, a certificação é bem aceita no mercado de trabalho e envolve testes realmente difíceis para passar. As certificações podem variar de 800 a 30 mil reais 1500 a 40 mil reais, dependendo da área escolhida e se esta virá ou não acompanhada de um curso. Geralmente, quando se falha na prova, é necessário pagar novamente para uma segunda tentativa.

    Máquina

    A potência da máquina do programador varia da linguagem em que ele desenvolve e o objetivo de sua aplicação. Se ele optar por se especializar em PHP ou ASP, certamente ele não precisará de um computador que seja tão rápido. Entretanto, se ele trabalhar com Java, por exemplo, ele precisará ter um computador com pelo menos 4GB 8GB de RAM (pois é… Java tá pesado). Já aqueles que trabalham com desenvolvimento de jogos ou de aplicativos pesados que exijam opções gráficas, simulação ou alta precisão, precisarão de um computador realmente caro, na faixa dos 8 a 15 mil reais 10 a 21 mil, que possui uma configuração mais robusta. Se ele trabalhar com servidores, além de ter que ter mais de um, ele gastará uma quantia considerável para estudos e testes destes.

    Comunicação

    Grande parte de soluções e pesquisas podem ser encontradas na internet. O que exige que o programador tenha uma conexão realmente rápida. Hoje em dia, um profissional de TI precisa de uma conexão de pelo menos 20Mbps, o que gera um custo bem maior em comparação a quem tem uma internet comum em casa, e isso pode variar de região do país. Os que trabalham com gerenciamento de servidores a distância gastam muito mais, pois precisam de uma conexão ainda mais rápida para configurar e operar os mesmos sem perda de tempo ou informação. Ligações constantes para dar assistência a programadores e operadores também é comum, o que faz ter um alto custo com telefonia celular e fixa.

    É difícil prever os custos exatos para comunicação. Os preços mudam muito de uma região do país para outras. Até mesmo de bairro para bairro o preço e velocidade máxima de conexão é absurdamente diferente.

    Eventos

    Como todo o profissional, o programador precisa estar atualizado com as últimas novidades de sua área. Precisa participar de eventos e promover encontros com outros desenvolvedores para criar melhores ações e estratégias para resolver seus problemas.

    Porém eventos custam dinheiro principalmente para quem não mora no eixo sul do país, onde estão concentrados a maioria dos encontros. O problema é que, muitas vezes, não são as empresas que enviam os funcionários. Os programadores precisam pedir licença e custear do próprio bolso.

    Na melhor das hipóteses, o custo para uma viagem não é menor que 2 mil reais (caso você seja alguém bem econômico e não se importe em dormir em albergues ou Airbnb), se for para uma cidade próxima. Caso seja internacional, prepare-se para um custo na faixa dos 12 mil reais.

    Imagem de datashow falando sobre programação, da Adobe

    E quanto ganha um programador?

    Isso varia muito, de acordo com a região do país e de empresa para empresa. A média é que um desenvolvedor ganhe entre 3 mil e 30 mil reais, dependendo de sua função, para mais. Estudantes e programadores Jr, ganham em média de 1500 a 2500 reais (isso não mudou muito de 2013 pra cá).

    O problema é que as empresas não estão dispostas a pagar corretamente por seus programadores ou ainda dão condições de trabalho que não correspondem com a área, como computadores ruins ou obrigatoriedade de uniformes e falta de flexibilidade no horário.

    Por outro lado, alguns profissionais trabalham como autônomos dando consultorias para empresas. Entretanto, esses profissionais precisam ter uma certa “fama” em seu seguimento. Alguns cobram até 60 mil reais por consultoria de 15 dias. Mas isso não quer dizer que são bons. Muitos programadores famosos são péssimos profissionais, mas vivem de sua fama, cobrando valores absurdos e apresentando soluções não eficientes (ou nenhuma) e mal se entrosam no projeto. Porém essa é uma questão mais ética.

    Concluindo

    O Programador, ao contrário do que possa parecer, não é um profissional de glória. Diferente do que fez parecer, a partir dos anos 90, raramente pessoas de talento e estudo conseguem receber um valor justo por seu trabalho. Geralmente, os “mestres de cerimônia”, que só tem fama e fazem parecer trabalhar, acabam sendo mais valorizados por causa de seu carisma.

    Programador de verdade está sempre trabalhando, sempre estudando, sempre se esforçando. Sempre interessado em evoluir e melhorar os seus projetos. Para um programador legítimo, um projeto quase nunca está perfeito. Mas é sempre incrivelmente gratificante depois de passar horas tentando fazer algo complicado, finalmente conseguir. É uma sensação extasiante e inexplicável.

  • Qualidade Suficiente

    Qualidade Suficiente

    Qualidade Suficiente trata-se, basicamente, de que o artefato que você desenvolve deve valer o total pelo qual foi pago. Entender esse termo é a chave para bons negócios.

    Meu pai sempre me contava sobre qualidade suficiente, mas nunca entendi ao certo o que era isso até o dia que eu comecei a prestar serviços. Não é um termo muito usado.

    Apesar de uma definição polêmica, não quer dizer que você não deva buscar qualidade naquilo que faz, e sim, entender o padrão mínimo de qualidade para um determinado projeto a fim de torna-lo aceitável. Não é um termo para definir a qualidade máxima de um material e sim a qualidade mínima esperada em relação ao custo gasto.

    O maior problema da área de criação, hoje, é compreender o valor de cada peça. Seguir tabelas como a da ADG ou da Abap, e tantas outras que existem por aí, é uma tarefa extramente difícil, principalmente para profissionais liberais, pequenas agências e estúdios. Pequenas empresas raramente aceitam pagar R$941,00(SINAPRO-PE) por um anúncio de ¼ de página. Ou de R$800,00 a R$4000,00 (ADG) para uma Tag. Às vezes, fazer valores pouco abaixo dessas tabelas é a única forma de conseguir clientes. Claro, não se devem fazer valores extremamente inferiores, mas dividir e parcelar é uma boa opção.

    paquimetro digital

    O pensamento de qualidade suficiente ajuda ao designer a controlar suas finanças e uso correto de tempo. Compreender o que o cliente realmente necessita é o primeiro passo para cobrar corretamente e não perder tempo com um material que não precisa ter mais do que o necessário.

    O termo qualidade não é algo que se possa definir sem subjetividade. Qualidade depende do que você interpreta como necessário e funcional. Pode ser um trabalho que funcione, mas seja feio ou que não funcione bem, mas seja esteticamente agradável, ou um meio termo. Isso dependerá de quem considerar a qualidade.

    Por isso, é importante marcar reuniões e compreender os fatos de cada trabalho individualmente. Cada caso é um caso. Um trabalho que deverá atingir uma quantidade pequena de pessoas não deve ser cobrado como um outro que atingirá centenas ou milhares de pessoas. É importante preparar bem o contrato para sempre deixar tudo claro. Em peças como folders ou ilustrações, por exemplo, deve-se usar termos de uso, geralmente limitando a quantidade de reproduções ou projetos de uma peça.

    É bom lembrar o termo que Qualidade Suficiente é algo para definir a qualidade mínima de um projeto, e não a máxima, em relação ao tempo desejado para a elaboração e finalização. Um trabalho de 200 reais pode ser ou não uma epifania, é aceitável que não seja, e não é necessário o uso de técnicas tão avançadas. Mas um processo semelhante de 2 mil reais, já exige a obrigação de usar técnicas melhores e a necessidade de se refletir muito mais durante a elaboração do projeto.

    Muito além do que seguir tabelas é entender a necessidade de seu cliente. Tabelas servem para encontrar o meio termo, mas a razão é o que vai desenvolver o seu método de trabalho. Especifique o seu tipo de qualidade e tenha em mente os valores mínimos de cada projeto e relacione isso com o tempo e dificuldade que você demoraria a desenvolver. Aprenda a dizer não sempre que necessário e coloque o seu nível de qualidade sempre em destaque quando questionado os valores. Com o tempo, você aprende a equacionar Qualidade Suficiente com o sua própria tabela virtual de preços.