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  • O Que Define o Sucesso?

    O Que Define o Sucesso?

    Por definição, sucesso é o momento em que se chega a um objetivo que anteriormente planejou alcançar. Esse objetivo pode ser definido através da visão da empresa.  Porém, do ponto de vista ético, podemos definir o sucesso como o objetivo alcançado de forma a trazer benefícios para a sociedade. Apesar de citar marcas, este artigo não tem por objetivo apoiar, defender ou descriminar nenhuma empresa. Trata-se apenas de opinião e observação de fatos.

    Milhões de pessoas correm atrás do sucesso. Seja um sucesso pessoal ou profissional, seja em um projeto ou em uma carreira. Mas o que define o que é sucesso ou não? Como podemos definir se tivemos sucesso em algo ou se ainda estamos crescendo?

    Por definição, sucesso é o momento em que se chega a um objetivo que anteriormente planejou alcançar. Esse objetivo, corporativamente falando, pode ser definido através da visão da empresa.  Porém, do ponto de vista mais ético, podemos definir o sucesso como o objetivo alcançado de forma a melhorar ou trazer, de alguma forma, um benefício para a sociedade. Quando eu crio essa definição ética, não me refiro diretamente a valores relacionados a sustentabilidade. Mas com a questão de desenvolver produtos ou serviços de qualidade que façam  bem para o consumidor, através de soluções eficientes e que não usem de artifícios apelativos para incentivar a compra.

    Sucesso é igual a dinheiro?

    Empresas muito ricas não necessariamente são um sucesso, pois, muitas vezes, não desenvolvem produtos de qualidade ou que favoreça o consumidor de alguma forma. Como exemplo, irei citar algo que não tem a ver com tecnologia, mas que é incrivelmente conhecido e relatado como caso de sucesso: o McDonalds.

    Com mais de 33 mil lojas, o McDonalds é sem dúvida uma rede de lanchonetes extremamente valorizada. Não há como contestar que o McDonalds atinge sempre os seus objetivos financeiros, aumentando frequentemente a sua receita líquida. Com pratos saborosos que vão desde sanduíches a sorvetes, a empresa do palhaço atrai um público infanto-juvenil e trabalhadores interessados em comida rápida. Apesar do alto custo de seus produtos, tem gente que come em uma das franquias todos os dias.

    Porém, como é mostrado no documentário Super Size Me – A Dieta do Palhaço (SPURLOCK, 2004), os produtos oferecidos pelo o McDonaldsnão trazem para a sociedade ou ao consumidor nenhum tipo de benefício além da agilidade (apesar das longas filas) para a entrega dos alimentos. Não são comidas saudáveis e muitos nem mesmo devem considerar como uma comida saborosa, mas todos concordam que é uma comida viciante. Além disso, produz propagandas que induzem crianças, através do McLanche Feliz, a consumirem produtos que são prejudiciais a saúde, por conta disso, a empresa foi obrigada a oferecer uma fruta em meio ao lanche (no caso, a maçã) e ainda promove essa obrigação como se fosse uma escolha criada para promover a boa alimentação das crianças.

    Cena de SuperSize Me

    Talvez possa ser cogitado a necessidade da existência de empresas que oferecem serviços rápidos (como gráficas rápidas, fast-foods, dentre outros). Mas o simples fato de ser fast-food não significa que o alimento precisa ser prejudicial para a saúde. Diversas outras redes, como a Subway, produzem alternativas mais sadias e com atendimento mais rápido do que o próprio McDonalds. Esse exemplo pode ser visto também na rede Giraffas, que apresenta alimentos rápidos, sadios, saborosos, frescos e bem produzidos.

    Empresas como Giraffas e Subway não possuem uma quantia de franquias ou quantidade de dinheiro tão esmagador quanto o McDonalds,e nem valem tanto no mercado. Mas, eticamente, apresentam produtos que fazem bem a seus consumidores, que favorecem a sociedade de alguma forma. No entanto, não estou defendendo essas empresas. Muitos executivos acabaram por começar a criar campanhas semelhantes ao McDonalds. O Giraffas já produziu algumas campanhas orientadas a atrair crianças, apesar de apresentar um prato completo especial e não somente hamburguers.

    Estamos falando de tecnologia ou comida?

    Sei que os exemplos apresentados acima são sobre a indústria de alimentos, mas se aplicam naturalmente a indústria de tecnologia. Muitas empresas aproveitam-se da ignorância do cliente em relação aos avanços tecnológicos e criam contratos ou produtos que acabam por prejudicar o contratante de alguma forma. Vou citar alguns exemplos:

    Uma empresa que não existe mais, no qual eu tive convívio por algum tempo, comprava notebooks mais baratos e simples na rede Extra de supermercados e revendia para clientes pelo o dobro do preço, afirmando que era um equipamento de última geração. Ou seja, se aproveitava da ignorância do cliente, mas ganhava muito dinheiro com isso. Esse caso é um sucesso?

    Na área de web, eu conhecia uma empresa que fazia duas coisas erradas: primeiramente dizia-se treinada pelos profissionais do Google e exibia um selo de Google Certified. Mas na verdade, simplesmente um dos profissionais dessa empresa foi treinado por uma pessoa que tinha Google Certified. Ou seja, aumentava bastante, mentia para os consumidores a respeito de suas especializações. E não era só! A empresa ainda oferecia o serviço de SEO e colocava no contrato que TODO crescimento do site relativo a visitação ou ao Google, seria aceitado como feito pela a contratada. Ou seja, se a contratante fizesse uma promoção e aumentasse a visitação, a contratada ganharia mais sem fazer absolutamente nada. Isso parece justo??? E ainda pior! Se o contrato fosse rompido, a empresa tirava o site do ar por 7 dias (afirmando que era comum disso acontecer tecnologicamente), tirava tudo de SEO do site e ainda colocava códigos blackhats ou coisas que atrapalhassem a visita, para que diminuisse ou se possível sumisse o site do Google.

    “Mas o Cliente é que foi Besta”!

    O cliente não tem obrigação de conhecer tudo sobre a área da empresa que se está contratando. Afinal, esse é o motivo da contratação. Em essência, toda a empresa precisa ser ética e apresentar soluções eficientes e verdadeiras. Da mesma forma que temos que confiar em um médico, precisamos confiar em quem contratamos. Pagamos por essa confiança. Pagamos pela capacidade e conhecimento. Pagamos pela ética.

    O problema é que a realidade é mais complicada do que se imagina. Na vida real, uma empresa anti-ética pode sim ganhar mais dinheiro e notoriedade do que uma empresa idônea. Não adianta ter pensamentos utópicos e acreditar que somente as que usam de valores morais é que ganharão mais dinheiro. Devemos é preparar a nova escola de empreendedores a trabalhar com o pensamento focado na melhoria da sociedade como um todo.

    Definindo o Sucesso

    Podemos definir que o McDonalds não é uma empresa de sucesso? Eticamente, não. O Subway é uma empresa de sucesso? Ética, e aparentemente, sim.

    Uma empresa de tecnologia de sucesso é aquela que apresenta soluções funcionais e que trabalhe com transparência, fazendo o possível para inovar e facilitar a vida do cliente. Sucesso não é simplesmente ganhar dinheiro e faturar. Dinheiro deve ser a consequência de um trabalho bem feito e não o objetivo desse trabalho.

    Caso vocês tenham uma ideia diferente de sucesso, ou queiram citar algum exemplo, deixem um comentário. Reflitam a respeito, se a sua empresa, ou você está em busca daquele sucesso ético ou se o seu objetivo de vida é simplesmente ganhar dinheiro. Apesar de que a definição de certo e errado possa ser extremamente pessoal, possuímos valores sociais que definem se o que estamos fazendo é correto.

    O que você prefere? Ser uma empresa (ou pessoa) de sucesso? Ou ser uma empresa (ou pessoa) extremamente rica e famosa?

  • Conjecturas Sobre Inovação e Criatividade

    Conjecturas Sobre Inovação e Criatividade

    Inovação e Criatividade. Quantas vezes vocês não escutam essas palavras hoje em dia? Geralmente em ofertas de emprego encontramos aquelas referências: “Precisa ser inovador, criativo e ter espírito de guerreiro”. A menos que você seja um índio nativo-americano, um espartano ou um viking, é difícil deixar evidente essas qualidades. As propostas de emprego são cheias desses diferenciais subjetivos. Isso acontece justamente porque as pessoas não compreendem o que é inovação e o que é criatividade.

    Inovação

    Quando as pessoas falam a palavra inovar, vem logo a cabeça “criar algo novo”, mas não necessariamente isso. Inovar pode ser renovar de forma a ser mais funcional, atrativa, agregando características e valores a algo que já existe. Além do uso indiscriminado da palavra, o principal problema são as pessoas que usam a palavra para se promover. Quem nunca viu uma palestra com o nome “Aprendendo a Inovar”, “Inovação para sua Empresa” ou algum livro que tenha inovação no nome?

    Um dia, um amigo e eu fomos a uma palestra chamada “Inovação Estratégica para sua Empresa” ou alguma coisa parecida, em um ciclo de palestras do Núcleo Empresarial de Inovação do Ceará (NEI/CE). A primeira coisa que notei, assim que cheguei, foi a estrutura, igual a qualquer outra, e até mesmo a identidade dos impressos do evento. Mãos sobrepostas nos pôsteres, cadeiras em um auditório amadeirado, café expresso na entrada, pastinhas, pessoas dormindo, um cara apresentando falando mais devagar e chato do que um professor de ciências americano. Cadê a inovação? Como um evento sobre inovação consegue ser nada inovador?

    Mãos formando a logo da Fiec sobre um evento de inovação

    Ok. Então entrou o cara, com seus 30 e poucos anos, infelizmente não me lembro do nome dele. Confesso que geralmente fico meio assim assim quando o cara é novo, mas resolvi dar uma chance e deixei o meu preconceito de lado. Daí começou a discursar coisas óbvias – aliás, esses palestrantes ultimamente parecem políticos, só falam o que está ruim e não mostram soluções. Só que a palestra do cara parecia com a de quem estava no primeiro período de marketing. Começou com uma série de slides estáticos contando a vida dele. “Quando eu era um filhoooote (… Rei Leão)”. Okay, estou exagerando, mas ele começou a contar coisas da época pré faculdade e a falar como é bom nisso e naquilo, coisa que todo o palestrante CHATO faz. Mas mesmo apesar de palestrar há tantos anos, como ele disse, ele não parava de soltar uns “eeehhh”, “então…”, “aííí”, essas coisinhas de quem decorou e não lembrou do texto.

    Resultado: pegamos no sono e quando nos demos conta disso, saímos, pegamos um cafezinho e fomos embora morrendo de fome, procurando um lugar para jantar.

    Pense que palestra chata!

    Não sei sobre as outras palestras do evento. Na verdade, nem me interessei. Mas não importa se você tem uma empresa séria ou é diretor de uma grande corporação, nenhuma empresa foi mais corporativa e formal quanto a IBM e mesmo assim aprendeu a inovar, renovando os seus conceitos para concorrer contra a Apple na década de 70. O fato de ser sério, não quer dizer que tem que ser chato. Uma coisa chata, maçante, onde várias pessoas dormiam, não vai trazer nada de inovador para a empresa dos espectadores. Para mostrar as pessoas como inovar é preciso ser inovador antes. Essa história de “espeto de pau” não funciona mais há tempos.

    Charlie Chaplin olhando um PC da IBM

    Criatividade

    Procurando algumas ofertas de empregos, muitas dessas como freelancer, observei que muitas pessoas exigem, como diferencial, ser criativo, mas o que é exatamente ser criativo? Simplificando, criatividade é a capacidade de resolver problemáticas a partir do conhecimento que já possui, ou através da busca de novas informações. Ser criativo é saber resolver problemas de forma funcional.

    Mas o que as pessoas interpretam como criatividade? As pessoas acham que ser criativo é ser imaginativo. Claro que precisa de imaginação para ser criativo, mas não o contrário. Existem muitas pessoas sonhadoras, mas poucas pessoas objetivas. Criatividade te leva a uma meta. Muitas pessoas me acham um cara duro, frio, chato, ranzinza. Talvez eu até seja uma versão pobre e pouco famosa do House, mas isso é porque não tenho sonhos. As pessoas me dizem que sonham em ter uma empresa, sonham em ser famosas e que eu preciso sonhar também. Mas não! Não preciso de sonhos, preciso de objetivos.

    Xícara com asa redonda

    Voltando às empresas. Dificilmente uma pessoa vai entender que ela é criativa. E por ser um termo tão subjetivo, vai ser complicado saber o que é criatividade para esse empregador. Criatividade é saber fazer desenhos bonitinhos? Criatividade é saber contar piadas? Criatividade é saber criar um algoritmo capaz de encontrar qualquer número primo em segundos?

    Agora muitos vão dizer: “Você subestima a capacidade dos outros!”. Não, não subestimo. Uma coisa que aprendi é nunca subestimar a burrice e incompetência das pessoas. Na verdade, esse é um pensamento simples para fazer coisas mais simples ainda para o público. Coisas mais fáceis de manusear ou compreender, logo, mais funcionais. Lembrando que incompetência e burrice podem se aplicar a uma área do conhecimento pessoal e não a toda capacidade da pessoa, alguém pode ser burro e incompetente em algo, mas inteligente e esperto em outra coisa.

    Concluindo

    Se você está procurando alguém para trabalhar para (ou com) você, seja mais específico e menos subjetivo em suas buscas. Procure um profissional com experiência disso, nisso e naquilo. Todo bom profissional, sem exceção, deverá ser criativo, mas nem todo mundo precisa ser inovador.

    Se você é um profissional que se sente ou se acha inovador, pense onde você está inovando e se você realmente está inovando. O que de novo ou diferente foi criado? E esse novo é realmente útil e interessante? Não adianta ser único ou “do contra”, é preciso ter um motivo e um objetivo para isso.

    Quantos de vocês já conheceram uma empresa chamada inove, innove, inova, i9 ou similar?